Páginas

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Enfim, testados!


Em Nova Jersey, o Brasil enfrentou a Colômbia, no jogo 1000 de sua história - segundo contas da CBF - e empatou, por a 1 a 1, após sair perdendo. Cuadrado anotou para os colombianos e Neymar deixou tudo igual. Finalmente podemos dizer que a Seleção Brasileira teve um teste à altura, e se saiu bem em alguns pontos, mas devendo em outros.

Um bom jogo. Quem pedia um adversário mais complicado na caminhada de Mano Menezes, encontrou. Jogo aberto, com chances para os dois lados, terminando num empate justo, de certa forma. A atuação da equipe brasileira agradou, principalmente na marcação à Falcão Garcia. David Luiz e Thiago Silva foram implacáveis, praticamente anulando um dos melhores - senão o melhor - centro avante do futebol mundial. O time criou chances, mas contou com uma noite pouco inspirada de dois jogadores fundamentais para o esquema: Neymar e Oscar. 

O "Menino da Vila" teve momento de gênio, empatou o jogo em jogada individual, mas foi bem abaixo do que se espera dele. Já Oscar, não repetiu as seguras atuações anteriores com a camisa 10. De positivo na parte ofensiva, temos Kaká. Melhor jogador brasileiro em campo, ditou o ritmo e chamou a responsabilidade. Junto com Paulinho e Ramires, conseguiram fazer com  que o Brasil não perdesse o meio campo para os colombianos.


Por outro lado, podemos tirar algumas lições da partida - e espero que Mano realmente tenha notado. Improvisar um jogador sem experiência em uma lateral é suicídio. Cuadrado, autor do gol colombiano, aproveitou a fragilidade de Leandro Castán e por aquele lado marcou o primeiro gol do jogo. Castán cumpriu até bem o papel de marcação, quando postado em linha aos zagueiros. Mas não conseguiu acompanhar o enjoado ala colombiano, o que resultou em frequentes lances de perigo.

Segundo ponto: Thiago Neves. Mais uma vez foi dada a chance e ele continua mostrando que não é jogador de seleção. Muito menos titular. Apagado, desligado, Thiago acabou com algumas boas jogadas ofensivas e entregou bolas bobas no setor defensivo. Passou da hora de voltar com Hernanes para o grupo. Na Itália, faz exatamente a função que falta no time, um homem que encoste na frente com qualidade e finalize bem de fora da área. Acorda Mano!

E, por último, a necessidade absurda de um homem de referência. É impossível sem um 9. O Brasil criou mais de uma chance, mas faltou o homem gol. Olhemos pra Colômbia. Falcão teve atuação apagada, foi anulado. Correto. Mas prendeu os zagueiros, liberando espaço para outros companheiros. Foi nítido que as jogadas pelas laterais estavam com mais espaço. Essa é a função do 9. Essa é a função do Fred com a amarelinha. Hoje, poderia ter sido o próprio Damião a exercê-la, mas Mano demora para substituir.


Gostei do Brasil, não estou cornetando o treinador, mas sinto falta de uma variação de esquema dentro da seleção. Pressionado por resultados, Mano deixa de usar os amistosos para teste, e fica focado no placar final. Gostaria de ver um centro avante, ou quem sabe um esquema de três zagueiros. Enfim, gostaria de ver opções que Mano não testa durante os jogos.

Foi um bom teste e que o resultado não seja o mais importante. Que os erros sejam corrigidos, pois o caminho parece estar certo. A equipe mostra clara evolução, só não pode continuar a passos lentos. 

Igor Rodrigues

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Tá certo, Mano?


Hoje é dia de amistoso da Seleção Brasileira. Os comandados de Mano Menezes terão um teste contra a Colômbia, do temido atacante Falcão García. Lesionado, Hulk não vai para o jogo e abre uma vaga na equipe titular. Além do amistoso, Mano convocou os jogadores que irão participar do segundo jogo do Superclássico das Américas, e mais uma vez trouxe surpresas.

O amistoso contra a Colômbia é tido como grande teste para o Brasil, já que Iraque, China e Japão estão num patamar muito abaixo da seleção brasileira. Além disso, o momento dos colombianos é muito bom, vindo de vitórias contra o Paraguai e Chile, além de sonora goleada sobre os uruguaios, por 4 a 0, contando com grande fase do matador Falcão García. Para parar o "Tigre", Mano Menezes tem problemas no sistema defensivo, já que o lateral esquerdo Marcelo segue lesionado. Fábio Santos, do Corinthians, foi levado, mas quem deve ficar com a vaga é Leandro Castán, que já foi utilizado na mesma posição por Mano, no último amistoso, diante dos japoneses. 

No ataque, Hulk é problema. Por motivo de lesão, o homem de confiança do treinador não terá condições de jogo e muito se discutia qual o substituto. No treinamento de ontem, Thiago Neves foi o escolhido e pode ser titular na partida. Sendo assim., o time deve começar com Diego Alves; Daniel Alves, David Luiz, Thiago Silva e Castán; Paulinho, Ramires, Oscar, Thiago Neves e Kaká; Neymar.

Convenhamos, não passamos por um bom momento nas laterais, mas daí a usar Leandro Castán improvisado? Mano mais uma vez insiste no erro, ao invés de testar novas opções na posição. Não acredito que o próprio Fábio Santos seja o mais indicado. Pela forma que já atuou com a camisa amarelinha, Bruno Cortez, hoje jogador do São Paulo, poderia ser novamente chamado. Não vive a mesma fase de antes, mas podemos justificar isso pelo modelo de jogo do clube paulista, que não privilegia as laterais. E mesmo assim, faz um bom campeonato. Ofensivamente, preferia ver o Lucas. Thiago Neves não está nem entre os melhores do Brasileirão da posição, muito menos para ser titular de seleção brasileira. Talento o jogador tricolor tem de sobra, mas sua titularidade é discutível.

Favoritismo canarinho, mas um bom teste, principalmente defensivo. Pela primeira vez nos últimos 4 jogos, enfrentaremos um atacante de peso no cenário mundial. Falcão está entre os 5 melhores jogadores do mundo, com certeza. Thiago Silva e David Luiz terão trabalho.



Segundo assunto: convocação para o Superclássico das Américas. Finalmente o técnico abriu os olhos para jogadores que vinham sendo pedidos a muito tempo. Apenas jogadores que atuam no Brasil e na Argentina podem ser convocados e, sendo assim, Mano finalmente relacionou Diego Cavalieri e o atacante Fred, ambos campeões pelo Fluminense.

Mas se vibramos por um lado, torcemos o nariz pelo outro. A lista conta ainda com nomes muito curiosos, como o do zagueiro Durval, do Santos, e o meia Fellype Gabriel, do Botafogo. É, ele gosta de polêmica. Não tem outra explicação. Além dos dois nomes citados, insiste com Lucas Marques pela direita.


Coloco agora os meus 19 convocados, para discutirmos se poderíamos contar com jogadores de mais qualidade na seleção.

GOLEIROS: Cavalieri (FLU) - Jefferson (BOT)

LATERAIS DIREITOS: Bruno (FLU) - Marcos Rocha (GALO)

LATERAIS ESQUERDOS: Cortez (SP) - Carlinhos (FLU)

ZAGUEIROS: Leonado Silva (GALO) - Réver (GALO) - Rhodolfo (SP)

VOLANTES: Paulinho (COR) - Ralf (COR) - Jean (FLU) - Arouca (SAN)

MEIAS: Bernard (GALO) - Gaúcho (GALO) - Lucas (SP)

ATACANTES: Neymar (SAN) - Fred (FLU) - Luís Fabiano (SP)


E você, concorda com o Mano, ou tem outra convocação?


Igor Rodrigues

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Eficiência de Campeão


Enfim, o Fluminense confirma o título do Brasileirão 2012. Contra o Palmeiras, em Presidente Prudente, o tricolor carioca mais uma vez foi o time mais eficiente dentro do jogo, mesmo com o adversário jogando melhor. O gol de Fred, aos 42 minutos do segundo tempo, deu o título antecipado ao clube das Laranjeiras, que contou ainda com o empate do Galo contra o Vasco, em São Januário, para que a conquista fosse comemorada já neste domingo. 

Num campeonato longo, de dois turnos, o futebol premia a regularidade, que nem sempre vem acompanhada do jogo mais encantador. Muito se comenta sobre os baixos placares conquistados na reta final da competição, apontando o time de Abel Braga como covarde e não merecedor, mas esquecem que com 59 gols marcados, o Fluminense é o melhor ataque até o momento. A contestada defesa é a menos vazada - apenas 28 gols sofridos. Contra números, não há discussão. Os mais de 72% de aproveitamento levaram ao tetracampeonato. 


Foi em Diego Cavalieri que o tricolor encontrou a segurança. O goleiro cresceu dentro da competição e salvou o time em momentos decisivos no campeonato. Contra o Flamengo, no jogo do segundo turno, fez uma partida muito segura, além de defender a cobrança de pênalti de Bottinelli. Da mesma forma, fechou o gol no Pituaçu, contra o Bahia, antes da equipe decidir o jogo. E são vários os jogos que o colocam como melhor goleiro do Campeonato Brasileiro, postulante a vaga na seleção de Mano Menezes.

No futebol brasileiro já é difícil achar um bom lateral em cada time. Pois o Fluminense está muito bem servido. Bruno e Carlinhos são decisivos, tanto defensivamente, quanto no apoio ao ataque. A zaga, se não tecnicamente qualificada, tem conjunto, e conta com bom momento de Gum, além de um crescimento absurdo do meio campo Jean, que faz a função de proteção com muita qualidade, além de bom toque de bola. 


Do meio pra frente, dispensa comentários. Com poucos jogos, devido à série de lesões que enfrenta, Deco com certeza está cotado entre os melhores jogadores do Brasileirão. Com maestria, foi decisivo quando esteve em campo. Assim como Thiago Neves, que convocado para a Seleção Brasileira, desfalcou em momentos importantes, mas dá qualidade e ritmo ao jogo de Abel. A revelação do último campeonato, Wellington Nem foi mais uma vez destaque. Veloz, incisivo, o garoto atormentou as defesas e foi de grande importância.

Mas foi o camisa 9 que decidiu o campeonato. Daqueles do estilo que defendo, que não pode acabar no futebol. Centro avante, chato de bola, que sabe o caminho dentro da grande área. Fred. Que só não veste a amarelinha por rixa de egos. Com 29 anos, merece um parágrafo só para ele. Decide em clássico, em amistoso, em qualquer circunstância. Até o momento foram 19 bolas na rede, que ganharam jogos de maneira extraordinária. Quando consegue uma sequência, sem lesões, ninguém para. "O Fred vai te pegar", e pegou, um por um. Ele é o cara. 

Por fim, Abel Braga. Rotulado de retranqueiro e medroso pelos tolos. Na verdade, um grande estrategista e com extrema experiência. Comandar o elenco que tem o Fluminense, recheado de grandes jogadores, exige e muito do comandante. A união do time mostra a competência de Abel. Em alguns jogos, foi levado pela emoção, mexeu de forma discutível na equipe. Mas, na grande maioria do campeonato, cumpriu seu papel. É treinador que passa confiança quando o jogador dentro de campo olha para o banco de reservas. É outro iluminado.


O Atlético-MG tem grande equipe. Para muitos, joga de forma mais vistosa, com futebol irreverente de Ronaldinho Gaúcho e Bernard. Mas o Fluminense tem os números e o equilíbrio debaixo do braço. O torcedor que compareceu aos jogos, presenciou um tricolor imponente e inteligente. 

E se você sentiu falta da análise sobre supostos benefícios por parte da arbitragem, por favor, contente-se com os reais protagonistas.

Parabéns ao Fluminense, Campeão com "C" maiúsculo!

Igor Rodrigues



quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Vida de Imperador


Ele é assunto. Primeira página dos jornais. Circula por toda a internet. Capa de revista. Adriano é o garoto propaganda ideal para todos da imprensa. Qualquer publicação que envolva o Imperador, é motivo de repercussão na certa. A imagem vende, enquanto o mesmo brinca de ser jogador de futebol.

Na Itália, Adriano ganhou o carinhoso apelido de Imperador nos momentos de glória na Inter de Milão. Após momento conturbado, voltou para o clube que o revelou. Clube esse que o mesmo faz eternas juras de amor. Em 2009, deu ao Flamengo o título do Campeonato Brasileiro, com números animadores: 19 gols marcados em 30 jogos, com desempenho muito acima da média. No ano seguinte, porém, o rubro-negro passou a mão na cabeça de um Adriano com os velhos problemas. O jogador começara a aparecer mais em jornais do em campo. A situação era insustentável e o Imperador retornou ao "Velho Continente", jogando pela Roma, onde apresentou um futebol muito apagado, sem balançar as redes nos oito jogos em que foi utilizado. 

Em 2011, especulava-se a volta para o rubro-negro carioca, mas o destino do atleta foi o Parque São Jorge. O Corinthians acreditou no jogador e o resultado não veio. Fez um gol salvador contra o Atlético-MG, na reta final do Brasileirão do mesmo ano, que ajudou na conquista do título, mas produziu muito pouco pelo preço e confiança depositados. Resultado: rescisão com o clube paulista.


Sem destino, lesionado e totalmente desacreditado. Parecia o fim do Imperador. Mas, o "bom" filho à casa torna. Sem Luxemburgo para dar a negativa, a Gávea estava de portas abertas em 2012  para Adriano, que teria sua terceira passagem pelo Flamengo. Com contrato de risco, precisava andar na linha, cumprindo horário de treinos. Mas, "inesperadamente", nem tudo andou como o previsto. Adriano estourou o limite de faltas, foi pego em baladas sucessivas e, no dia 06 de novembro de 2012, encerrou sua passagem - sem ser visto em campo - no clube. Mas - PASMEM - prometeu voltar no ano que vem.

Aí eu pergunto: alguém duvida que ele vai voltar? Eu não! No circo que é o Flamengo, sempre há lugar para palhaços. Patrícia Amorim usou muito bem a figura de Adriano para tirar o foco da má gestão e também do momento conturbado, dentro de campo, pelo qual passa o time. 

Ele é - e realmente deve ser - um ídolo da torcida flamenguista, por tudo que fez. Mas amigos da Gávea, já não é mais jogador. Adriano é um dos grandes desperdícios do futebol brasileiro. Carreira promissora, grandes feitos com pouca idade. Mas  um atleta visivelmente desequilibrado. É dar murro em pedra acreditar que vai voltar a ser o Imperador de 2009, sem nenhum tratamento. Bem treinado, em forma, é gênio. Mas é difícil imaginá-lo assim no cenário atual ou até mesmo num futuro próximo.

Vida de Imperador é assim: ele finge que engana, e tem gente fingindo que acredita!

Igor Rodrigues

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

NBA: Showtime


Aos amantes do basquete, a NBA está de volta. E convenhamos, voltou com tudo. Pode ser abstinência, mas creio que esse ano as equipes vieram com sangue nos olhos, num nível absurdamente maior que o da temporada passada. Os brasileiros começaram bem, fazendo bonito. E o showtime começou cedo!

Parafraseando um amigo, "como uma pré temporada bem feita faz diferença". Aquele lockout minou todas as possibilidades de preparação para a temporada passada, e a diferença hoje é assustadora. Pra melhor, é claro.

Anderson Varejão deixou a lesão no pulso de lado e mostrou estar totalmente recuperado. À beira de anotar um triplo-duplo, Anderson, ao lado do ainda moleque Irving, carregaram os Cavaliers à primeira vitória contra os Wizards, que não tiveram Nenê em quadra. 

Thiago Splitter começou como no ano passado. Lento, vagaroso e disperso. Mas terminou a primeira partida de San Antonio em outro ritmo, apresentando clara melhora. Os Hornets lutaram, mas caíram diante do Spurs, por diferença de apenas 4 pontos. (99 a 95). San Antonio anotou a segunda vitória na noite de hoje, contra o Oklahoma de Kevin Durant e companhia, num jogo fantástico, decidido na experiência de Tony Parker, na última bola do jogo. 


Lembra-se do "Dream Team de Los Angeles"? É amigo, por enquanto, são 10 derrotas consecutivas. A primeira na temporada da NBA veio para o Portland, jogando em casa, por 10 pontos. (116 a 110). Mas nada de crise. Apenas peças que não se encaixaram. Ou seria um Kobe desacostumado a dividir a responsabilidade? Ainda acredito no Lakers.

O Boston perdeu para o Miami Heat, em Miami, numa partida que postula as duas equipes como favoritas da divisão. Leandrinho foi a grande surpresa do primeiro jogo. 16 minutos em quadra, 16 pontos anotados, com grande aproveitamento e participação em quadra. Destaque negativo para LeBron, que lesionado, ficou fora dos momentos decisivos. Além dele, Garnett apimentou a rivalidade e sequer cumprimentou o ex-companheiro Ray Allen, que lamentou o episódio no fim do jogo. Allen não foi bem, mas é coadjuvante de luxo para Spolstra. 

Muita água pra rolar ainda. Mas esse início nos motiva a ficarmos vidrados e não perder sequer um lance do melhor basquete do mundo.

Igor Rodrigues