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sábado, 15 de dezembro de 2012

Palavras de um mero devoto

Thiago Benevenutte, torcedor palmeirense e admirador de Marcos, tem espaço no Blog Arquibancada com uma belíssima homenagem para o goleiro, que teve sua despedida oficial dos gramados!


12/12/12. Data que marca uma coincidência numérica que só será vista daqui a um século. Dia que começa com a despedida de um goleiro, ser humano e ídolo o qual não se encontrará outro nem em um milhão de anos. São Marcos deu seu último adeus aos gramados e, em momentos como este, não dá pra fugir do clichê. Qualquer agradecimento é pouco.

Na verdade, nem sei se sou merecedor de escrever um texto como este. Marcão merece palavras de pessoas como Joelmir Beting, que infelizmente não pôde estar presente nesse momento tão especial. “Explicar a emoção de torcer por Marcos é totalmente desnecessário. E a quem não é palmeirense... meus pêsames”. O que dizer, além disso? Um jogador que preferiu a Série B e recusou um contrato milionário com um grande clube da Europa, isso logo após ser o camisa 1 da seleção pentacampeã do mundo. O goleiro que virou titular durante uma Libertadores, defendeu pênaltis do maior rival de seu clube e foi fundamental para o inédito e maior título da história palmeirense. Marcos Roberto Silveira Reis, o cara que tomou cafezinho durante um jogo. O cara que conviveu com lesões e declarações de cabeça quente após algumas derrotas. O cara que conquistou até torcedores rivais. O Cara.


Mais do que justa toda a festa de terça-feira. Em campo, no Pacaembu, os maiores jogadores de sua geração. Ronaldo, Edmundo, Cafu, Roberto Carlos, Rivaldo e muitos outros, demonstrando ainda mais a grandeza do mito alviverde. Alguns, antigos rivais. Todos, amigos. Que privilégio teve o pequeno garoto que ficou apreensivo antes da cobrança do pênalti e do gol que seu ídolo, acostumado a defender, marcou. Garoto de no máximo 8 anos de idade, a mesma que eu tinha quando o goleiro virou “o Santo”. Ah, se pudesse voltar no tempo... não pensava duas vezes. Que pena do futuro (ou futura) palmeirense que também esteve presente, mas na barriga da mãe grávida. Este(a) não vai ver o mito em ação, mas certamente ouvirá centenas de histórias de um dos maiores jogadores do futebol brasileiro. Com ele, Oliver Kahn virou Oliver “Quem?” em 2002. E na despedida, até o grande Nelson Rodrigues foi colocado ‘em xeque’. Seria mesmo toda unanimidade burra? Luiz Ademar, também privilegiado em comentar o jogo que marcou o fim de uma das histórias mais bonitas do mundo da bola, lembrou: Nelson Rodrigues não conheceu São Marcos.

No fim, Palmeiras de 1999 e Seleção Brasileira de 2002 empataram. Mas isso é detalhe. Na virada do dia, encerramento com chave de ouro: discurso. E o que faz o diferenciado, o idolatrado num momento como esses? Agradece. Fala do pai que o ensinou a amar o futebol e da mãe que ensinou a amar o Palmeiras. Faz questão de citar os ídolos, os companheiros. Se emociona e pede para ser lembrado. E o que não dá nem pra lembrar é o péssimo momento em que seu time do coração vive. Isso fica pra 2013. O final de 2012 é época de se abraçar na nostalgia. 

O maior jogador da história da Sociedade Esportiva Palmeiras, definitivamente, parou. E Marcão, não se preocupe. Você nem precisa pedir pra gente não se esquecer de você!

Thiago Benevenutte


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Vôlei: De cabeça erguida.


A equipe de vôlei da UFJF não começou bem a temporada 2012/2013 da Superliga de Vôlei. Os comandados do treinador Maurício Bara já disputaram 4 partidas e até o momento não conseguiram a primeira vitória na elite do voleibol nacional. Pra complicar um pouco mais as coisas, das quatro partidas, três delas foram disputadas em casa, na Arena UFJF. 

A estreia foi contra o favorito RJX, de Bruninho, Lucão e companhia. Primeira derrota, por 3 sets a 0. No segundo jogo, também em casa, a equipe de Juiz de Fora enfrentou um adversário direto, Volta Redonda. Apesar de bom início, a UFJF não conseguiu bater os rivais, perdendo por 3 sets a 2, conseguindo, pelo menos, seu primeiro ponto na competição. 

O terceiro jogo foi diante do FUNVIC/Midia Fone, de Pindamonhangaba, outro adversário direto na briga pela sonhada classificação para os playoffs da Superliga. Mais uma frustração: derrota por 3 sets a 1, em outro jogo diante dos torcedores. Pela quarta rodada, a equipe mineira fez sua primeira viagem, para encarar o forte Sesi-SP, que também não teve bom início, somando também três derrotas. A UFJF começou encarando de igual pra igual o time de Giovane Gávio, mas não conseguiu fechar nem ao menos um set, somando mais uma derrota, por 3 a 0. 


O que mais me espanta, sabendo que também falo em nome de vários torcedores, é que o time desse ano é muito mais qualificado do que o da temporada passada, mas não consegue anotar um bom resultado. Com a oportunidade de acompanhar os treinamentos, fica claro que o trabalho está sendo feito, os jogadores estão conscientes da responsabilidade, mas na hora da decisão dentro de quadra, falta aquele cara que chame a responsabilidade. A equipe é muito jovem. Para superar os adversários dessa equilibrada Superliga nacional, essa juventude é muito importante, mas necessita de calma e frieza nos momentos decisivos. 

Depois de um início desastroso pro planejamento da equipe, é hora do torcedor mostrar apoio, comparecendo aos jogos e tentando motivar os atletas. Infelizmente muitos são imediatistas e esperam que a equipe mude da água pro vinho nas próximas rodadas. Não será assim, o trabalho vai ser longo. A evolução deve ser gradual. Ainda tem muita coisa pela frente. 

Não é o momento de apontar culpados. É a hora de levantar a cabeça e partir pra cima, sem medo de quem está do outro lado da quadra. É hora do espírito do ponteiro Clinty estar presente em todo o grupo. Vibrante, guerreiro. Que a equipe permaneça unida, pois nada está perdido. 

Igor Rodrigues


terça-feira, 4 de dezembro de 2012

NBA: Pegando Fogo!


A atual temporada da NBA traz um brasileiro como destaque da liga. Apesar das várias estrelas norte-americanas atuando no melhor campeonato do mundo da modalidade, Anderson Varejão tem início fantástico, sendo destaque da equipe do Cleveland Cavaliers, aparecendo na pré-seleção para o All Star Game - jogo das estrelas.

Na sua nona temporada na NBA, Anderson atinge seu melhor momento. Com médias de 15,9 pontos e 13,5 rebotes por jogo, quebra consecutivamente recordes pessoais. Após mais um excelente jogo frente ao Detroit Pistons, chegou a marca de nove partidas com um duplo-duplo (atingindo dígitos duplos em dois quesitos). 

Infelizmente, o time não acompanha a boa fase do pivô brasileiro. São 4 vitórias e 14 derrotas na temporada, resultado que praticamente tira as chances da equipe de Cleveland chegar aos playoffs. O jovem elenco dos Cavaliers não consegue fazer frente a times experientes e planeja um draft interessante para reformulação do elenco para a próxima temporada, já que, após a saída de LeBron James para o Miami, Cleveland não mais aspira por grandes resultados na NBA.


Já que fica difícil analisar o time, vamos voltar a atenção para o camisa 17. Anderson Varejão nunca foi unanimidade entre os amantes do esporte da bola laranja. Apesar de sempre figurar nas convocações de seleção brasileira e já ter uma sequência dentro da liga norte-americana, muitos enxergam Varejão apenas como coadjuvante, que deu sorte na vida.

Mas a temporada atual é pra calar a boca dos críticos. Até as línguas mais afiadas preferem ficar quietas, devido ao momento que vive o pivô. É impressionante o aproveitamento em rebotes, sendo o segundo melhor da NBA, além da contribuição de pontos. Até 2011, a média de Anderson era de 9,1 pontos e 6,9 rebotes, média essa que ele dobrou nesta temporada. Passa mais tempo em quadra, é líder do grupo. Ano inesquecível para o brasileiro.

Não o acho um exemplo de jogador, no quesito técnico. Sempre se destacou muito mais pela raça e disposição do que realmente por uma qualidade diferenciada. Mas mostra que, quando não passa por período de lesão e consegue fazer uma pré-temporada cheia com a equipe, pode dar resultados. Acredito que tenhamos o primeiro brasileiro a participar de um All Star Game, mesmo atuando nos Cavaliers. Aliás, ainda mais por atuar numa equipe tão pouco competitiva. Além de uma conquista pessoal para o atleta, premiaria o avanço do basquete no país, que vêm colhendo frutos de um trabalho cada vez mais sério. 

Se a torcida pelo Cleveland é em vão, que torcemos pelo menos pra Varejão continuar escrevendo seu nome entre os grandes da NBA.

Igor Rodrigues


sábado, 1 de dezembro de 2012

De Série B


Entra Felipão, sai Mano Menezes. Vamos esquecer por enquanto a preferência pessoal por A ou B. O que me deixa indignado e espantado é o amadorismo da CBF, que continua colocando a politicagem acima de tudo, independente se é benéfico ou não para o futebol brasileiro. Mano não fez um trabalho que agradasse gregos e troianos, é evidente, mas o momento escolhido para tirá-lo do cargo foi absolutamente equivocado. 

Se pararmos pra pensar, o ex treinador do Brasil começava a achar o seu "time ideal". Mano Menezes foi um dos poucos comandantes da seleção que não recebeu legado nenhum da Copa do Mundo de 2010. Por conta de um mau planejamento, a seleção brasileira passa por um período de renovação feito às pressas. E essa bomba caiu no colo de Mano, que iniciou o trabalho já contando com ar de desconfiança por parte de torcedores e imprensa. Um início difícil, sem vitórias contra os "grandes" adversários em AMISTOSOS. 

O tempo foi passando e Mano começava a dar uma cara para a seleção. Perdeu Paulo Henrique Ganso, um dos jogadores que ele, Mano, considerava essencial para o grupo, mas continuou a fase de testes. Encaixou Oscar no elenco, manteve praticamente a dupla de zaga durante todo o trabalho, rodava os nomes na posição de goleiro, até que chegamos aos Jogos Olímpicos de Londres. Com responsabilidade de trazer o primeiro ouro para o Brasil na competição, Mano foi com o grupo novo e ficou com a prata, resultado que o balançou no cargo, mas não o derrubou.


Voltou e continuou o trabalho da mesma maneira. Pensou em trazer um nome experiente para ser exemplo para os garotos. Já tinha apostado em Ronaldinho, preferiu não repetir o nome do meio campo do Galo e deu a Kaká uma nova oportunidade. E obteve êxito. Kaká, banco no Real Madrid, titular da seleção, com bom rendimento dentro de campo.

Superclássico das Américas. Vitória em casa, derrota fora, título nos pênaltis. Ainda de ressaca da comemoração do "importantíssimo" torneio, Mano recebe a notícia que Marin e Marco Polo del Nero teriam uma reunião, para decidir seu futuro. E, sem ninguém esperar, o treinador cai, justamente num dos melhores momentos que o time passava dentro de campo. 

Entro na corrente de quem é contra a demissão, e também acho injusto quem concorde com a saída de Mano Menezes. Infelizmente, o brasileiro é imediatista e olha para amistosos com um peso muito grande. O importante era manter o processo de renovação do treinador que foi escolhido em 2010, para chegar mais encorpado em 2014 na Copa do Mundo. Mas os sábios gestores do futebol brasileiro não pensam assim.


Pra melhorar, o anúncio do sucessor só sairia em janeiro, e os rumores pairavam entre Felipão, Muricy, Tite, Abel e Pep Guardiola. Opções pra tudo quanto é gosto. Cresciam as correntes pelo inovador estrangeiro. E antes que os boatos aumentassem, o anúncio foi antecipado: Luiz Felipe Scolari. 

Bom saber que treinador que acabou de ser um dos protagonistas do rebaixamento de um clube de tradição no país é o escolhido para comandar a maior seleção do mundo. Lamentável. Temos um currículo no comando da amarelinha, não um técnico. Fala-se muito em 2002, na conquista do penta. Mas nesses 10 anos, excluindo trabalhos satisfatórios na seleção portuguesa, o que mais fez Felipão?

Convenhamos, não temos um treinador de peso no cenário brasileiro no momento. Um nome que botemos a mão no fogo. Muitos pediam Muricy Ramalho, mas acho que no ano em que ele podia assumir com tranquilidade e apoio popular, preferiu ficar no Fluminense, em 2010. Abel Braga foi especulado. Um bom treinador, mas daí a ser de seleção, tem uma grande diferença. 


Pep Guardiola. Vamos lá. Poderíamos começar uma nova era do futebol brasileiro. Trazer de volta o torcedor pra perto do time, mudar a filosofia do futebol no país. Concordo com tudo isso. Mas amigos, isso demanda tempo. Tempo esse que não temos. Sou a favor de Guardiola em 2014, ao fim da Copa, para tentar fazer, com toda sua ATUAL lista de conquistas e grande bagagem, um Brasil diferente. Colocá-lo no momento seria desperdiçar um nome sensacional na hora errada.

Com o que temos hoje, o meu treinador seria o Tite. E é por isso que não vejo a saída de Mano Menezes com bons olhos. Não é melhor que o antigo treinador. Mas para manter a linha de renovação não vejo outra opção. Além de viver grande momento, sabe trabalhar sob pressão e tem conquistas recentes. Nada que seja brilhante, mas é aquilo, como não tem tu, vai tu mesmo. E não é um qualquer. Profissional competente, que infelizmente entraria muito contestado.

Agora, nos resta torcer. Torcer MUITO para que a figura de um treinador ultrapassado valha mais do que um trabalho construído nesses dois anos. Felipão vai receber um grupo montado, não vai mudar tanto o elenco. Que saiba trabalhar com o grupo de uma maneira diferente do que fez no Palmeiras. Respeito muito o nome do Scolari e todo seu currículo. Isso ele fez por merecer. Inclusive, fez milagres com o Palmeiras em 2011, que tinha um time pior do que o atual e o manteve na Série A, além de vencer uma Copa do Brasil esse ano. Mas, HOJE, temos um treinador de Série B ocupando cargo máximo do futebol! 

Igor Rodrigues.


quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Enfim, testados!


Em Nova Jersey, o Brasil enfrentou a Colômbia, no jogo 1000 de sua história - segundo contas da CBF - e empatou, por a 1 a 1, após sair perdendo. Cuadrado anotou para os colombianos e Neymar deixou tudo igual. Finalmente podemos dizer que a Seleção Brasileira teve um teste à altura, e se saiu bem em alguns pontos, mas devendo em outros.

Um bom jogo. Quem pedia um adversário mais complicado na caminhada de Mano Menezes, encontrou. Jogo aberto, com chances para os dois lados, terminando num empate justo, de certa forma. A atuação da equipe brasileira agradou, principalmente na marcação à Falcão Garcia. David Luiz e Thiago Silva foram implacáveis, praticamente anulando um dos melhores - senão o melhor - centro avante do futebol mundial. O time criou chances, mas contou com uma noite pouco inspirada de dois jogadores fundamentais para o esquema: Neymar e Oscar. 

O "Menino da Vila" teve momento de gênio, empatou o jogo em jogada individual, mas foi bem abaixo do que se espera dele. Já Oscar, não repetiu as seguras atuações anteriores com a camisa 10. De positivo na parte ofensiva, temos Kaká. Melhor jogador brasileiro em campo, ditou o ritmo e chamou a responsabilidade. Junto com Paulinho e Ramires, conseguiram fazer com  que o Brasil não perdesse o meio campo para os colombianos.


Por outro lado, podemos tirar algumas lições da partida - e espero que Mano realmente tenha notado. Improvisar um jogador sem experiência em uma lateral é suicídio. Cuadrado, autor do gol colombiano, aproveitou a fragilidade de Leandro Castán e por aquele lado marcou o primeiro gol do jogo. Castán cumpriu até bem o papel de marcação, quando postado em linha aos zagueiros. Mas não conseguiu acompanhar o enjoado ala colombiano, o que resultou em frequentes lances de perigo.

Segundo ponto: Thiago Neves. Mais uma vez foi dada a chance e ele continua mostrando que não é jogador de seleção. Muito menos titular. Apagado, desligado, Thiago acabou com algumas boas jogadas ofensivas e entregou bolas bobas no setor defensivo. Passou da hora de voltar com Hernanes para o grupo. Na Itália, faz exatamente a função que falta no time, um homem que encoste na frente com qualidade e finalize bem de fora da área. Acorda Mano!

E, por último, a necessidade absurda de um homem de referência. É impossível sem um 9. O Brasil criou mais de uma chance, mas faltou o homem gol. Olhemos pra Colômbia. Falcão teve atuação apagada, foi anulado. Correto. Mas prendeu os zagueiros, liberando espaço para outros companheiros. Foi nítido que as jogadas pelas laterais estavam com mais espaço. Essa é a função do 9. Essa é a função do Fred com a amarelinha. Hoje, poderia ter sido o próprio Damião a exercê-la, mas Mano demora para substituir.


Gostei do Brasil, não estou cornetando o treinador, mas sinto falta de uma variação de esquema dentro da seleção. Pressionado por resultados, Mano deixa de usar os amistosos para teste, e fica focado no placar final. Gostaria de ver um centro avante, ou quem sabe um esquema de três zagueiros. Enfim, gostaria de ver opções que Mano não testa durante os jogos.

Foi um bom teste e que o resultado não seja o mais importante. Que os erros sejam corrigidos, pois o caminho parece estar certo. A equipe mostra clara evolução, só não pode continuar a passos lentos. 

Igor Rodrigues

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Tá certo, Mano?


Hoje é dia de amistoso da Seleção Brasileira. Os comandados de Mano Menezes terão um teste contra a Colômbia, do temido atacante Falcão García. Lesionado, Hulk não vai para o jogo e abre uma vaga na equipe titular. Além do amistoso, Mano convocou os jogadores que irão participar do segundo jogo do Superclássico das Américas, e mais uma vez trouxe surpresas.

O amistoso contra a Colômbia é tido como grande teste para o Brasil, já que Iraque, China e Japão estão num patamar muito abaixo da seleção brasileira. Além disso, o momento dos colombianos é muito bom, vindo de vitórias contra o Paraguai e Chile, além de sonora goleada sobre os uruguaios, por 4 a 0, contando com grande fase do matador Falcão García. Para parar o "Tigre", Mano Menezes tem problemas no sistema defensivo, já que o lateral esquerdo Marcelo segue lesionado. Fábio Santos, do Corinthians, foi levado, mas quem deve ficar com a vaga é Leandro Castán, que já foi utilizado na mesma posição por Mano, no último amistoso, diante dos japoneses. 

No ataque, Hulk é problema. Por motivo de lesão, o homem de confiança do treinador não terá condições de jogo e muito se discutia qual o substituto. No treinamento de ontem, Thiago Neves foi o escolhido e pode ser titular na partida. Sendo assim., o time deve começar com Diego Alves; Daniel Alves, David Luiz, Thiago Silva e Castán; Paulinho, Ramires, Oscar, Thiago Neves e Kaká; Neymar.

Convenhamos, não passamos por um bom momento nas laterais, mas daí a usar Leandro Castán improvisado? Mano mais uma vez insiste no erro, ao invés de testar novas opções na posição. Não acredito que o próprio Fábio Santos seja o mais indicado. Pela forma que já atuou com a camisa amarelinha, Bruno Cortez, hoje jogador do São Paulo, poderia ser novamente chamado. Não vive a mesma fase de antes, mas podemos justificar isso pelo modelo de jogo do clube paulista, que não privilegia as laterais. E mesmo assim, faz um bom campeonato. Ofensivamente, preferia ver o Lucas. Thiago Neves não está nem entre os melhores do Brasileirão da posição, muito menos para ser titular de seleção brasileira. Talento o jogador tricolor tem de sobra, mas sua titularidade é discutível.

Favoritismo canarinho, mas um bom teste, principalmente defensivo. Pela primeira vez nos últimos 4 jogos, enfrentaremos um atacante de peso no cenário mundial. Falcão está entre os 5 melhores jogadores do mundo, com certeza. Thiago Silva e David Luiz terão trabalho.



Segundo assunto: convocação para o Superclássico das Américas. Finalmente o técnico abriu os olhos para jogadores que vinham sendo pedidos a muito tempo. Apenas jogadores que atuam no Brasil e na Argentina podem ser convocados e, sendo assim, Mano finalmente relacionou Diego Cavalieri e o atacante Fred, ambos campeões pelo Fluminense.

Mas se vibramos por um lado, torcemos o nariz pelo outro. A lista conta ainda com nomes muito curiosos, como o do zagueiro Durval, do Santos, e o meia Fellype Gabriel, do Botafogo. É, ele gosta de polêmica. Não tem outra explicação. Além dos dois nomes citados, insiste com Lucas Marques pela direita.


Coloco agora os meus 19 convocados, para discutirmos se poderíamos contar com jogadores de mais qualidade na seleção.

GOLEIROS: Cavalieri (FLU) - Jefferson (BOT)

LATERAIS DIREITOS: Bruno (FLU) - Marcos Rocha (GALO)

LATERAIS ESQUERDOS: Cortez (SP) - Carlinhos (FLU)

ZAGUEIROS: Leonado Silva (GALO) - Réver (GALO) - Rhodolfo (SP)

VOLANTES: Paulinho (COR) - Ralf (COR) - Jean (FLU) - Arouca (SAN)

MEIAS: Bernard (GALO) - Gaúcho (GALO) - Lucas (SP)

ATACANTES: Neymar (SAN) - Fred (FLU) - Luís Fabiano (SP)


E você, concorda com o Mano, ou tem outra convocação?


Igor Rodrigues

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Eficiência de Campeão


Enfim, o Fluminense confirma o título do Brasileirão 2012. Contra o Palmeiras, em Presidente Prudente, o tricolor carioca mais uma vez foi o time mais eficiente dentro do jogo, mesmo com o adversário jogando melhor. O gol de Fred, aos 42 minutos do segundo tempo, deu o título antecipado ao clube das Laranjeiras, que contou ainda com o empate do Galo contra o Vasco, em São Januário, para que a conquista fosse comemorada já neste domingo. 

Num campeonato longo, de dois turnos, o futebol premia a regularidade, que nem sempre vem acompanhada do jogo mais encantador. Muito se comenta sobre os baixos placares conquistados na reta final da competição, apontando o time de Abel Braga como covarde e não merecedor, mas esquecem que com 59 gols marcados, o Fluminense é o melhor ataque até o momento. A contestada defesa é a menos vazada - apenas 28 gols sofridos. Contra números, não há discussão. Os mais de 72% de aproveitamento levaram ao tetracampeonato. 


Foi em Diego Cavalieri que o tricolor encontrou a segurança. O goleiro cresceu dentro da competição e salvou o time em momentos decisivos no campeonato. Contra o Flamengo, no jogo do segundo turno, fez uma partida muito segura, além de defender a cobrança de pênalti de Bottinelli. Da mesma forma, fechou o gol no Pituaçu, contra o Bahia, antes da equipe decidir o jogo. E são vários os jogos que o colocam como melhor goleiro do Campeonato Brasileiro, postulante a vaga na seleção de Mano Menezes.

No futebol brasileiro já é difícil achar um bom lateral em cada time. Pois o Fluminense está muito bem servido. Bruno e Carlinhos são decisivos, tanto defensivamente, quanto no apoio ao ataque. A zaga, se não tecnicamente qualificada, tem conjunto, e conta com bom momento de Gum, além de um crescimento absurdo do meio campo Jean, que faz a função de proteção com muita qualidade, além de bom toque de bola. 


Do meio pra frente, dispensa comentários. Com poucos jogos, devido à série de lesões que enfrenta, Deco com certeza está cotado entre os melhores jogadores do Brasileirão. Com maestria, foi decisivo quando esteve em campo. Assim como Thiago Neves, que convocado para a Seleção Brasileira, desfalcou em momentos importantes, mas dá qualidade e ritmo ao jogo de Abel. A revelação do último campeonato, Wellington Nem foi mais uma vez destaque. Veloz, incisivo, o garoto atormentou as defesas e foi de grande importância.

Mas foi o camisa 9 que decidiu o campeonato. Daqueles do estilo que defendo, que não pode acabar no futebol. Centro avante, chato de bola, que sabe o caminho dentro da grande área. Fred. Que só não veste a amarelinha por rixa de egos. Com 29 anos, merece um parágrafo só para ele. Decide em clássico, em amistoso, em qualquer circunstância. Até o momento foram 19 bolas na rede, que ganharam jogos de maneira extraordinária. Quando consegue uma sequência, sem lesões, ninguém para. "O Fred vai te pegar", e pegou, um por um. Ele é o cara. 

Por fim, Abel Braga. Rotulado de retranqueiro e medroso pelos tolos. Na verdade, um grande estrategista e com extrema experiência. Comandar o elenco que tem o Fluminense, recheado de grandes jogadores, exige e muito do comandante. A união do time mostra a competência de Abel. Em alguns jogos, foi levado pela emoção, mexeu de forma discutível na equipe. Mas, na grande maioria do campeonato, cumpriu seu papel. É treinador que passa confiança quando o jogador dentro de campo olha para o banco de reservas. É outro iluminado.


O Atlético-MG tem grande equipe. Para muitos, joga de forma mais vistosa, com futebol irreverente de Ronaldinho Gaúcho e Bernard. Mas o Fluminense tem os números e o equilíbrio debaixo do braço. O torcedor que compareceu aos jogos, presenciou um tricolor imponente e inteligente. 

E se você sentiu falta da análise sobre supostos benefícios por parte da arbitragem, por favor, contente-se com os reais protagonistas.

Parabéns ao Fluminense, Campeão com "C" maiúsculo!

Igor Rodrigues



quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Vida de Imperador


Ele é assunto. Primeira página dos jornais. Circula por toda a internet. Capa de revista. Adriano é o garoto propaganda ideal para todos da imprensa. Qualquer publicação que envolva o Imperador, é motivo de repercussão na certa. A imagem vende, enquanto o mesmo brinca de ser jogador de futebol.

Na Itália, Adriano ganhou o carinhoso apelido de Imperador nos momentos de glória na Inter de Milão. Após momento conturbado, voltou para o clube que o revelou. Clube esse que o mesmo faz eternas juras de amor. Em 2009, deu ao Flamengo o título do Campeonato Brasileiro, com números animadores: 19 gols marcados em 30 jogos, com desempenho muito acima da média. No ano seguinte, porém, o rubro-negro passou a mão na cabeça de um Adriano com os velhos problemas. O jogador começara a aparecer mais em jornais do em campo. A situação era insustentável e o Imperador retornou ao "Velho Continente", jogando pela Roma, onde apresentou um futebol muito apagado, sem balançar as redes nos oito jogos em que foi utilizado. 

Em 2011, especulava-se a volta para o rubro-negro carioca, mas o destino do atleta foi o Parque São Jorge. O Corinthians acreditou no jogador e o resultado não veio. Fez um gol salvador contra o Atlético-MG, na reta final do Brasileirão do mesmo ano, que ajudou na conquista do título, mas produziu muito pouco pelo preço e confiança depositados. Resultado: rescisão com o clube paulista.


Sem destino, lesionado e totalmente desacreditado. Parecia o fim do Imperador. Mas, o "bom" filho à casa torna. Sem Luxemburgo para dar a negativa, a Gávea estava de portas abertas em 2012  para Adriano, que teria sua terceira passagem pelo Flamengo. Com contrato de risco, precisava andar na linha, cumprindo horário de treinos. Mas, "inesperadamente", nem tudo andou como o previsto. Adriano estourou o limite de faltas, foi pego em baladas sucessivas e, no dia 06 de novembro de 2012, encerrou sua passagem - sem ser visto em campo - no clube. Mas - PASMEM - prometeu voltar no ano que vem.

Aí eu pergunto: alguém duvida que ele vai voltar? Eu não! No circo que é o Flamengo, sempre há lugar para palhaços. Patrícia Amorim usou muito bem a figura de Adriano para tirar o foco da má gestão e também do momento conturbado, dentro de campo, pelo qual passa o time. 

Ele é - e realmente deve ser - um ídolo da torcida flamenguista, por tudo que fez. Mas amigos da Gávea, já não é mais jogador. Adriano é um dos grandes desperdícios do futebol brasileiro. Carreira promissora, grandes feitos com pouca idade. Mas  um atleta visivelmente desequilibrado. É dar murro em pedra acreditar que vai voltar a ser o Imperador de 2009, sem nenhum tratamento. Bem treinado, em forma, é gênio. Mas é difícil imaginá-lo assim no cenário atual ou até mesmo num futuro próximo.

Vida de Imperador é assim: ele finge que engana, e tem gente fingindo que acredita!

Igor Rodrigues

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

NBA: Showtime


Aos amantes do basquete, a NBA está de volta. E convenhamos, voltou com tudo. Pode ser abstinência, mas creio que esse ano as equipes vieram com sangue nos olhos, num nível absurdamente maior que o da temporada passada. Os brasileiros começaram bem, fazendo bonito. E o showtime começou cedo!

Parafraseando um amigo, "como uma pré temporada bem feita faz diferença". Aquele lockout minou todas as possibilidades de preparação para a temporada passada, e a diferença hoje é assustadora. Pra melhor, é claro.

Anderson Varejão deixou a lesão no pulso de lado e mostrou estar totalmente recuperado. À beira de anotar um triplo-duplo, Anderson, ao lado do ainda moleque Irving, carregaram os Cavaliers à primeira vitória contra os Wizards, que não tiveram Nenê em quadra. 

Thiago Splitter começou como no ano passado. Lento, vagaroso e disperso. Mas terminou a primeira partida de San Antonio em outro ritmo, apresentando clara melhora. Os Hornets lutaram, mas caíram diante do Spurs, por diferença de apenas 4 pontos. (99 a 95). San Antonio anotou a segunda vitória na noite de hoje, contra o Oklahoma de Kevin Durant e companhia, num jogo fantástico, decidido na experiência de Tony Parker, na última bola do jogo. 


Lembra-se do "Dream Team de Los Angeles"? É amigo, por enquanto, são 10 derrotas consecutivas. A primeira na temporada da NBA veio para o Portland, jogando em casa, por 10 pontos. (116 a 110). Mas nada de crise. Apenas peças que não se encaixaram. Ou seria um Kobe desacostumado a dividir a responsabilidade? Ainda acredito no Lakers.

O Boston perdeu para o Miami Heat, em Miami, numa partida que postula as duas equipes como favoritas da divisão. Leandrinho foi a grande surpresa do primeiro jogo. 16 minutos em quadra, 16 pontos anotados, com grande aproveitamento e participação em quadra. Destaque negativo para LeBron, que lesionado, ficou fora dos momentos decisivos. Além dele, Garnett apimentou a rivalidade e sequer cumprimentou o ex-companheiro Ray Allen, que lamentou o episódio no fim do jogo. Allen não foi bem, mas é coadjuvante de luxo para Spolstra. 

Muita água pra rolar ainda. Mas esse início nos motiva a ficarmos vidrados e não perder sequer um lance do melhor basquete do mundo.

Igor Rodrigues

terça-feira, 23 de outubro de 2012

"Chororô" vale mais que o futebol?


O último post do blog foi sobre a incompetência da arbitragem, e nele reclamei de quem aponta um beneficiado no campeonato brasileiro. Mas não poderia deixar passar o que ouvi após a última rodada do Brasileirão.

Um espetáculo dentro de campo. Atlético-MG e Fluminense protagonizaram o grande jogo do Campeonato Brasileiro de 2012. Com certeza o jogo que mexeu com os nervos de todos, independente do time que estava torcendo. O Fluminense poderia colocar 12 pontos de vantagem. O Galo queria tirar a diferença para 6 pontos, deixando viva a briga. Percebemos um Galo agressivo, jogando em casa, motivado pela torcida, inflamada no Independência. E foi pra cima do líder. Líder esse que jogava com a cabeça. Pra muitos covardes, para mim inteligente. Abel Braga, experiente, joga atrás e sai no contra ataque, arma do time na competição e nada mais do que justificável, olhando para o adversário. No fim, Ronaldinho e Bernard comandaram a vitória dos mineiros, por 3 a 2, num jogo repleto de viradas, bolas na trave, pressão, mas antes de tudo, futebol de alto nível jogado dentro de campo.

Ao fim da partida, fiquei pasmo ao ver os noticiários de alguns programas esportivos. O jogo era motivo de comentários, mas o protesto da torcida do Atlético era o ponto principal da discussão. A imagem, capa deste post, mostra a sigla da CBF, nas cores do Fluminense, de cabeça para baixo, como protesto, insinuando um benefício ao tricolor. Quanto aos torcedores, nada a dizer. A torcida está no direito de reclamar da forma que achar justa, desde que pacificamente. Mas profissionais do jornalismo insinuando possíveis ajudas ao Fluminense? Apoiando o motivo do protesto da Galoucura? Lamentável.

Devíamos estar aplaudindo o desfile do Gaúcho em campo. O mosaico na torcida deveria ser para ele. Ou para Bernard, que com pouca idade é também motor do Atlético. Deveriam estar reverenciando o momento que vive o Fred, iluminado. Do goleiro que é Diego Cavalieri. 

O futebol não está perdendo o brilho. O que acontece é que alguns comentam sobre esquemas de arbitragem, ao invés de comentar o brilhante jogo proporcionado pelas duas grandes equipes do campeonato, que merecem estar brigando pelo título.

Para os CHATOS, que insistem no chororô, assistam a dois vídeos.

Primeiro, erros que favoreceram o Atlético Mineiro durante a competição.



Agora, lances que os árbitros erraram a favor do Fluminense.


Isso pra ficar nos dois primeiros colocados! É hora de parar com a chatice. É hora de aplaudir os craques, cobrar da CBF uma profissionalização da arbitragem, sem apontar dedos para supostos esquemas. Passou da hora de parar de procurar culpados para posições na tabela. Que o foco seja a bola e não o apito!

Igor Rodrigues

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Até Quando?


Dia 17 de Outubro de 2012. Hoje teremos o início da trigésima primeira rodada do Brasileirão, que se torna cada vez mais emocionante na reta final. Decisões nas duas pontas da tabela mexem com os nervos de torcedores por todo o país. E eu espero, sinceramente, que os árbitros não interfiram no jogo dos grandes protagonistas.

É com muita tristeza que acompanho os capítulos finais dessa temporada do futebol no Brasil. O Campeonato Brasileiro está sendo manchado de maneira absurda e a CBF tem grande parcela de culpa. As peças decisivas não são mais apenas os grandes jogadores, mas sim os árbitros, totalmente despreparados para atuar em um nível aceitável. Não estou aqui falando de esquema, como provado em 2005, mas sim de incompetência. Além da questão que envolve os senhores do apito, o calendário desfalca as equipes nos momentos mais decisivos. No mínimo, discutível. 

Nielson Dias, árbitro da polêmica partida entre Fluminense e Ponte Preta, no último domingo.

Começando pelo assunto calendário, essa velha discussão. Até quando teremos clássicos valendo posições preciosas na tabela, como foi Vasco x São Paulo, sem Lucas e Dedé? Até quando times que brigam contra o rebaixamento atuarão sem jogadores fundamentais ao plantel, como no caso do Palmeiras, que jogou sem Hernán Barcos, uma das principais esperanças do alviverde? Não é de agora que rodadas do Brasileirão coincidem com datas FIFA e os clubes, que fazem pesados investimentos para manter os atletas, saem prejudicados. Enquanto a política mandar naqueles que tomam conta do futebol no Brasil, os estaduais continuarão longos e um dos campeonatos mais disputados do mundo, continuará sendo deixado em segundo plano. A CBF vive uma relação de mutualismo com a seleção brasileira, enquanto os torcedores são tratados com desrespeito. A paixão pela seleção está sendo castigada, não só pelo fato do futebol estar virando cada vez mais um mercado, mas também porque a CBF trata com descaso os clubes, que contam com milhões de torcedores apaixonados, que são, consequentemente, prejudicados. 

Chegando no quesito arbitragem, podemos ficar horas listando os erros nas mais variadas partidas durante o campeonato. Quero eu acreditar que todos por puro despreparo. Quando o assunto é esporte, o Brasil respira o futebol. É inadmissível que a arbitragem ainda não seja profissionalizada. O árbitro erra, é tirado do sorteio das próximas rodadas e isso acaba não interferindo de maneira eficiente, pois a maioria continuam trabalhando como advogado, policial... Enfim, como cobrar de quem não recebe o devido preparo para exercer tal profissão?


O líder Fluminense foi claramente beneficiado nas últimas rodadas, assim como já foram Grêmio, Atlético-MG, Corinthians, Flamengo... E nenhum atitude mais drásticas é tomada. Não estou aqui para defender se A ou B está sendo mais beneficiado do que outro. A verdadeira reclamação é em cima do número de erros sucessivos no apito brasileiro. Infelizmente os problemas colocam em descrédito a competição nacional. 

Até quando precisaremos, no final do ano, discutir os erros dos juízes, além dos grandes jogos e craques brasileiros? Pois hoje, infelizmente, eles tomam conta do cenário do Campeonato Brasileiro...


Igor Rodrigues

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

UFC RIO III: Banquete Indigesto


Sábado, dia 13, o Brasil recebe mais uma vez o maior evento de MMA do mundo. O UFC chega, na edição de número 153, com atletas consagrados no card principal, além de jovens revelações do esporte no país. Após vários problemas para fechar as lutas do evento - José Aldo se lesionou, Belfort teve luta antecipada - Dana White contou com seu menino de ouro, Anderson Silva, para salvar o evento no Rio de Janeiro. E dessa vez, o "Spider" não terá vida fácil.

O UFC Rio III será um grande desafio para o consagrado Anderson. Com o objetivo de salvar o evento, o lutador subiu de categoria e bateu 2kg mais leve do que o limite da categoria. Vai atuar em casa, mas o octógono será hostil. O adversário, Stephan Bonnar, já perdeu 5 lutas no UFC, é verdade. Mas jamais foi nocauteado. Pra quem não teve a oportunidade de vê-lo em ação, o americano é casca grossa, queixo-duro. Além de grande poder de fogo, aguenta os golpes, como poucos. Discípulo de Carlson Gracie, "The American Psycho" - como é conhecido - deve manter a luta em pé e testar a resistência do campeão brasileiro. Lembrando que a luta não envolve o cinturão da categoria Meio-Médio que pertence a Anderson.


Por outro lado, Anderson Silva é Anderson Silva. Por si só já justifica o posto de favorito. Por tudo que representa e toda sua técnica, tem realmente que ser taxado como virtual vencedor, mas discordo de alguns analistas que dizem que o combate será fácil. Categoria diferente, menos tempo de preparação e um adversário teoricamente menos estudados que o de sua categoria original. Só é favorito porque é um monstro do esporte, e pode continuar fazendo história no evento amanhã. Estaremos na torcida!


Minotauro aparece no "co-main event" da noite - luta que antecede a de Anderson - enfrentando o americano Dave Herman. Outro adversário chato para lutadores brasileiros. Comparado à Rodrigo Nogueira, Dave é muito mais alto e pode aproveitar a estatura. Já o brasileiro tem o reconhecido jiu-jitsu como ponto forte, além da experiência, vinculado ao fator casa. Minotauro é um dos mais aclamados pelo público brasileiro, por onde passa. Com um carisma diferenciado e muita competência, é outro que entra como favorito no octógono na noite desse sábado.

Muitos outros brasileiros estarão presentes, obviamente, buscando mostrar serviço para o público e para o presidente do evento. Demian Maia, Wagner Prado e Rony Jason são lutadores que a galera também deposita muita confiança e esperam vitórias.

Evento alto nível. Ansiedade já batendo. É noite de banquete indigesto. Nada vai ser tão fácil quanto uns andam pregando por aí. Mas novamente o público carioca promete fazer a diferença, levando o Brasil a ser cada vez mais respeitado no mundo do MMA.

Igor Rodrigues

sábado, 6 de outubro de 2012

Que nem vinho...


Qual o jogador mais qualificado da sua equipe do coração? Com certeza para mais de 50% dos torcedores a resposta foi um medalhão! É incrível como os jogadores mais experientes estão em alta no futebol brasileiro e sendo cada vez mais importantes para seus clubes no Campeonato Brasileiro.

Se você é botafoguense, logo veio à cabeça o holandês Seedorf. Com 36 anos, o jogador é o dono do alvinegro carioca, comandando a equipe dentro e fora de campo - com mais moral que o próprio treinador Oswaldo de Oliveira. Os tricolores cariocas responderiam, sem pestanejar, que Deco (34) é o maestro. Quando atua ao lado de Fred - fato raro pela sequência de lesões de ambos - o Fluminense tem qualidade que poucos times apresentam. Os gremistas, falariam em Zé Roberto (38). Marcos Assunção (36 ) é o cara do Palmeiras. Juninho Pernambucano (37) comanda o Vasco da Gama. Luís Fabiano (31) é o diferencial do São Paulo. 

Enfim, com raras exceções, percebemos que os "velhinhos" estão roubando a cena e podem fazer a diferença em jogos decisivos. Bernard, do Galo; Lucas, do São Paulo e Neymar, craque santista, são poucos dos jovens que tem a responsabilidade de ser referência dentro da equipe, ou fator de desequilíbrio dentro de uma partida. 



Alguns pontos explicam tal fato. Os jogadores com mais de 30 anos necessitam de uma preparação diferenciada e, quanto a respeitam, tem o ritmo de jogo aprimorado. Pelo fato de idade mais avançada do que as revelações brasileiras, geralmente os "bons velhinhos" são os que mais se cuidam e, por isso, se destacam. 

Há, obviamente, a diferença do veterano que permanece no esporte apenas pela questão financeira, independente da forma física, o que para o clube pode não ser benéfico. Mas no caso dos jogadores citados no início da postagem, a relação custo x benefício é absolutamente positiva, para ambos. 

Outro aspecto importante: o futebol brasileiro está carente de homens com qualidade no meio campo, principalmente aquele camisa 10. E, convenhamos, não temos muitos jogadores de referência no ataque, estilo Fred e Luis Fabiano, sendo revelados. Essa escassez de novos talentos reflete até mesmo na seleção brasileira. Isso faz com que, cada vez mais, a idade seja deixada de lado, pela necessidade de um toque de bola mais qualificado ou desse homem gol.

Mesmo que sofrendo o preconceito por idade avançada, os quase "quarentões" não se abalam e estão longe de por fim à carreira. Quem ganha é o futebol e o torcedor, que são testemunhas de atletas que melhoram seu jogo com o tempo. De atletas que quanto mais o tempo passa, melhores ficam. Que nem vinho...

Igor Rodrigues

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Ídolos: qual o seu?


O futebol nos proporciona emoções únicas. Desde bem pequeno, cada criança tem aquela decisão complicada para tomar, que vai refletir e interferir - muito ou pouco - no seu futuro: para qual time torcer. O pai compra camisa, bola, chuteira do seu time do coração. O avô leva o neto pra escolinha de futebol e o ensina os gritos do time preferido. Os tios e primos tentam, de qualquer forma, influenciar na escolha. E depois de muita dúvida e apresentações, a criança define pra quem torcer. E muda no outro dia. Depois volta. Fica nesse vai-e-vem durante um bom tempo, é chamado de "vira-folha". Até que entende a essência do esporte e opta pelo que mais lhe chama atenção.

A partir daí, o futebol começa a consumir aquele jovem, que cresce maravilhado e apaixonado. A rivalidade com os amigos e familiares aumenta o prazer de torcer. As regras naturalmente vão sendo memorizadas. As peladas do fim de semana passam a ser sagradas, e os jogos de domingo do time de coração, imperdíveis. Quando tudo já parece resolvido, aparecem aqueles que fazem esse prazer jamais ter fim: os grandes ídolos. São eles que não deixam o amor pelo esporte acabar. É em cada ídolo que confiamos para conquistar cada vez mais títulos. Mas o modo como são escolhidos vem mudando radicalmente.

Seleção de 70: ídolos de uma nação na conquista do tri campeonato mundial.

Antigamente, os grandes nomes do futebol precisavam de muito talento para atingirem o status de estrela. O mundo não se encontrava em tal estado de globalização e, por isso, a mensagem que cada um poderia passar, era com a bola nos pés, para quem acompanhava os jogos dos grandes clubes. Resultado: escreveram o nome na história do esporte, sendo até hoje comentados.

Pelé, Garrincha, Gérson, Zagallo, Nilton Santos, Tostão, Zico, Jairzinho, Sócrates. São tantos. São eles que fizeram os jovens da década de 50 em diante vibrarem, não só na rivalidade entre times, como Botafogo, Flamengo, Corinthians, mas com a camisa da seleção brasileira, que já foi representada por mérito e com muito amor. Era motivo de honra máxima fazer parte do elenco canarinho. Era também motivo de reconhecimento por parte de um povo apaixonado. São pelos nomes citados - e muitos outros - que os pais, avós e tios passam até hoje, com satisfação, a mensagem de como é apaixonante o futebol. Esse é o legado daquela geração.

Ronaldo, ídolo brasileiro, comemora o penta campeonato mundial, em 2002.

O esporte bretão foi trilhando outros caminhos. Acompanhando o crescimento econômico e tecnológico pelo qual o mundo passava, em meados de 2000 começávamos a nos acostumar com transações valiosas e uma remuneração cada vez maior para aqueles jogadores que eram destaque. Ronaldo, Romário, Rivaldo. Geração que teve o talento posto à prova e fora recompensada com um grande contrato milionário. A Europa começava a buscar os maiores craques. Por lá era onde o dinheiro rodava. E o que antes era movido pela paixão, ganha tons de mercado, ainda com resquícios de prazer por apenas representar a camisa de um grande clube.

Mas o mercado cresceu. O assédio em cima dos jovens é assustador, e, pensando apenas no lado financeiro, grandes atletas se perdem em campeonatos não tão qualificados. O mundo árabe entra em cena, levando grandes valores. O futebol perde a simplicidade e beleza de antes. Num mundo cada vez mais interligado, onde as informações são passadas em segundos, tornar-se referência fica cada vez mais fácil. Os jogadores viram pop-stars. Há aqueles que lutam contra a corrente, mesmo jogando em grandes clubes. Mas são pouquíssimos. Marcos, no Palmeiras; Ceni, no São Paulo; Harlei, no Goiás - pensei um tempo, esses me vieram à cabeça. A quantia no bolso vale, para grande maioria, mais do que a bola na rede. Os torcedores são conquistados por uma maciça propaganda e não mais apenas pela habilidade e talento de cada jogador. Os ídolos viram bonecos da mídia, imposições de uma cultura de massa.

O principal exemplo? Seleção Brasileira. Em épocas passadas a nação parava, fizesse chuva ou sol, de manhã ou de madrugada, para assistir àqueles que defendiam as cores do país, fosse Copa do Mundo ou Amistoso. Hoje em dia muitos assistem, claro. Mas a paixão diminuiu. A derrota da seleção é mais bem vista que a do time de coração. Mudança de valores.



Ainda assim são ídolos. A culpa de uma nova concepção no mundo do futebol não é de Ganso, Neymar e companhia. As crianças ainda se espelham neles. Se compararmos, à critério de idolatria, hoje são até mais. A facilidade de acesso aos craques faz com que a paixão cresça. Mas o reconhecimento de um Pelé, Didi, Rivelino, será difícil de comparar. 

Eles ainda estão por aí, dispersos meio a um amontoado de jogadores. Mas existem. E levam o futebol à um status diferente, mas muito valorizado. Status esse que não faz com que o esporte perca o glamour. 

E aí, qual é o seu ídolo?


Igor Rodrigues

domingo, 23 de setembro de 2012

São Marcos


O Palmeiras passa por um momento delicadíssimo dentro do Campeonato Brasileiro. O atual campeão da Copa do Brasil figura no Z-4 e o fantasma do rebaixamento ronda o clube. Para sair de tal situação, o Verdão conta com um ídolo recente, mas de nome bem conhecido por todos os fanáticos torcedores. Marcos. Dessa vez, não o arqueiro que fez história no clube, mas o meio-campista que se firma - cada vez mais - como principal esperança de toda a nação alviverde.

Em 2002, no último Brasileirão disputado antes da adoção do sistema de pontos corridos, o Palmeiras sofreu. Com 6 vitórias nas 25 partidas disputadas, o time foi rebaixado. No ano seguinte, deu a volta por cima, conquistando o título da Série B e o acesso para a divisão de elite do futebol brasileiro. Mas, rebaixamento, digam o que quiserem, mancha a história de um clube, ainda mais vencedor como o Palmeiras. 

2012. 26 partidas disputadas e 6 vitórias. O aproveitamento é parecido - até pior - com o daquele campeonato que os torcedores preferem esquecer. E a distância dos times fora da zona da degola assusta - já são 5 pontos. 


Mas há uma luz no fim do túnel. O Palmeiras joga bem, apesar da posição na tabela não refletir isso. Quem para pra assistir o time paulista, percebe pontos positivos. Claro, não é excepcional. Tem também suas falhas, mas com certeza não merece figurar entre os últimos. Para quem discorda, analisemos alguns pontos. Tirando Arouca, do Santos, a dupla Ralf e Paulinho, do Corinthians, além de Fernando e Souza, do  tricolor gaúcho, qual time tem um volante como Henrique? Thiago Heleno e Mauricio Ramos formam um dupla de zaga mais sólida que a maioria dos clubes brasileiros, ou não? Algum clube tem um lateral-esquerdo muito melhor que Juninho? Esses são alguns aspectos pelos quais reafirmo: não é time de série B. O grande vilão vem sendo o nervosismo de um time jovem, que, somado a velhos problemas na conturbada diretoria, interferem diretamente no desempenho da equipe.

Infelizmente, não basta o bom futebol. O time vive de resultados. E para que eles venham, cada vez fica mais clara a necessidade de um jogador, experiente, que comanda toda a equipe dentro do gramado: Marcos Assunção. Melhor cobrador de faltas em atividade no Brasil, o camisa 20 é o alicerce da equipe. Frio, mas ao mesmo tempo com sangue quente. Inteligente, percebe o momento certo de realizar cada movimento, dentro e fora de campo. 

Os palmeirenses rezam para que Assunção não se lesione. O meia acredita, joga com raça e coração, provando seu amor pela camisa alviverde. Vai à imprensa e fala, motiva, com mentalidade diferente da maioria dos jogadores. Mentalidade essa, que faz os torcedores acreditarem em "milagres", sendo, agora mais do que nunca, dependentes de um novo "São Marcos".


Igor Rodrigues