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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Ídolos: qual o seu?


O futebol nos proporciona emoções únicas. Desde bem pequeno, cada criança tem aquela decisão complicada para tomar, que vai refletir e interferir - muito ou pouco - no seu futuro: para qual time torcer. O pai compra camisa, bola, chuteira do seu time do coração. O avô leva o neto pra escolinha de futebol e o ensina os gritos do time preferido. Os tios e primos tentam, de qualquer forma, influenciar na escolha. E depois de muita dúvida e apresentações, a criança define pra quem torcer. E muda no outro dia. Depois volta. Fica nesse vai-e-vem durante um bom tempo, é chamado de "vira-folha". Até que entende a essência do esporte e opta pelo que mais lhe chama atenção.

A partir daí, o futebol começa a consumir aquele jovem, que cresce maravilhado e apaixonado. A rivalidade com os amigos e familiares aumenta o prazer de torcer. As regras naturalmente vão sendo memorizadas. As peladas do fim de semana passam a ser sagradas, e os jogos de domingo do time de coração, imperdíveis. Quando tudo já parece resolvido, aparecem aqueles que fazem esse prazer jamais ter fim: os grandes ídolos. São eles que não deixam o amor pelo esporte acabar. É em cada ídolo que confiamos para conquistar cada vez mais títulos. Mas o modo como são escolhidos vem mudando radicalmente.

Seleção de 70: ídolos de uma nação na conquista do tri campeonato mundial.

Antigamente, os grandes nomes do futebol precisavam de muito talento para atingirem o status de estrela. O mundo não se encontrava em tal estado de globalização e, por isso, a mensagem que cada um poderia passar, era com a bola nos pés, para quem acompanhava os jogos dos grandes clubes. Resultado: escreveram o nome na história do esporte, sendo até hoje comentados.

Pelé, Garrincha, Gérson, Zagallo, Nilton Santos, Tostão, Zico, Jairzinho, Sócrates. São tantos. São eles que fizeram os jovens da década de 50 em diante vibrarem, não só na rivalidade entre times, como Botafogo, Flamengo, Corinthians, mas com a camisa da seleção brasileira, que já foi representada por mérito e com muito amor. Era motivo de honra máxima fazer parte do elenco canarinho. Era também motivo de reconhecimento por parte de um povo apaixonado. São pelos nomes citados - e muitos outros - que os pais, avós e tios passam até hoje, com satisfação, a mensagem de como é apaixonante o futebol. Esse é o legado daquela geração.

Ronaldo, ídolo brasileiro, comemora o penta campeonato mundial, em 2002.

O esporte bretão foi trilhando outros caminhos. Acompanhando o crescimento econômico e tecnológico pelo qual o mundo passava, em meados de 2000 começávamos a nos acostumar com transações valiosas e uma remuneração cada vez maior para aqueles jogadores que eram destaque. Ronaldo, Romário, Rivaldo. Geração que teve o talento posto à prova e fora recompensada com um grande contrato milionário. A Europa começava a buscar os maiores craques. Por lá era onde o dinheiro rodava. E o que antes era movido pela paixão, ganha tons de mercado, ainda com resquícios de prazer por apenas representar a camisa de um grande clube.

Mas o mercado cresceu. O assédio em cima dos jovens é assustador, e, pensando apenas no lado financeiro, grandes atletas se perdem em campeonatos não tão qualificados. O mundo árabe entra em cena, levando grandes valores. O futebol perde a simplicidade e beleza de antes. Num mundo cada vez mais interligado, onde as informações são passadas em segundos, tornar-se referência fica cada vez mais fácil. Os jogadores viram pop-stars. Há aqueles que lutam contra a corrente, mesmo jogando em grandes clubes. Mas são pouquíssimos. Marcos, no Palmeiras; Ceni, no São Paulo; Harlei, no Goiás - pensei um tempo, esses me vieram à cabeça. A quantia no bolso vale, para grande maioria, mais do que a bola na rede. Os torcedores são conquistados por uma maciça propaganda e não mais apenas pela habilidade e talento de cada jogador. Os ídolos viram bonecos da mídia, imposições de uma cultura de massa.

O principal exemplo? Seleção Brasileira. Em épocas passadas a nação parava, fizesse chuva ou sol, de manhã ou de madrugada, para assistir àqueles que defendiam as cores do país, fosse Copa do Mundo ou Amistoso. Hoje em dia muitos assistem, claro. Mas a paixão diminuiu. A derrota da seleção é mais bem vista que a do time de coração. Mudança de valores.



Ainda assim são ídolos. A culpa de uma nova concepção no mundo do futebol não é de Ganso, Neymar e companhia. As crianças ainda se espelham neles. Se compararmos, à critério de idolatria, hoje são até mais. A facilidade de acesso aos craques faz com que a paixão cresça. Mas o reconhecimento de um Pelé, Didi, Rivelino, será difícil de comparar. 

Eles ainda estão por aí, dispersos meio a um amontoado de jogadores. Mas existem. E levam o futebol à um status diferente, mas muito valorizado. Status esse que não faz com que o esporte perca o glamour. 

E aí, qual é o seu ídolo?


Igor Rodrigues

domingo, 23 de setembro de 2012

São Marcos


O Palmeiras passa por um momento delicadíssimo dentro do Campeonato Brasileiro. O atual campeão da Copa do Brasil figura no Z-4 e o fantasma do rebaixamento ronda o clube. Para sair de tal situação, o Verdão conta com um ídolo recente, mas de nome bem conhecido por todos os fanáticos torcedores. Marcos. Dessa vez, não o arqueiro que fez história no clube, mas o meio-campista que se firma - cada vez mais - como principal esperança de toda a nação alviverde.

Em 2002, no último Brasileirão disputado antes da adoção do sistema de pontos corridos, o Palmeiras sofreu. Com 6 vitórias nas 25 partidas disputadas, o time foi rebaixado. No ano seguinte, deu a volta por cima, conquistando o título da Série B e o acesso para a divisão de elite do futebol brasileiro. Mas, rebaixamento, digam o que quiserem, mancha a história de um clube, ainda mais vencedor como o Palmeiras. 

2012. 26 partidas disputadas e 6 vitórias. O aproveitamento é parecido - até pior - com o daquele campeonato que os torcedores preferem esquecer. E a distância dos times fora da zona da degola assusta - já são 5 pontos. 


Mas há uma luz no fim do túnel. O Palmeiras joga bem, apesar da posição na tabela não refletir isso. Quem para pra assistir o time paulista, percebe pontos positivos. Claro, não é excepcional. Tem também suas falhas, mas com certeza não merece figurar entre os últimos. Para quem discorda, analisemos alguns pontos. Tirando Arouca, do Santos, a dupla Ralf e Paulinho, do Corinthians, além de Fernando e Souza, do  tricolor gaúcho, qual time tem um volante como Henrique? Thiago Heleno e Mauricio Ramos formam um dupla de zaga mais sólida que a maioria dos clubes brasileiros, ou não? Algum clube tem um lateral-esquerdo muito melhor que Juninho? Esses são alguns aspectos pelos quais reafirmo: não é time de série B. O grande vilão vem sendo o nervosismo de um time jovem, que, somado a velhos problemas na conturbada diretoria, interferem diretamente no desempenho da equipe.

Infelizmente, não basta o bom futebol. O time vive de resultados. E para que eles venham, cada vez fica mais clara a necessidade de um jogador, experiente, que comanda toda a equipe dentro do gramado: Marcos Assunção. Melhor cobrador de faltas em atividade no Brasil, o camisa 20 é o alicerce da equipe. Frio, mas ao mesmo tempo com sangue quente. Inteligente, percebe o momento certo de realizar cada movimento, dentro e fora de campo. 

Os palmeirenses rezam para que Assunção não se lesione. O meia acredita, joga com raça e coração, provando seu amor pela camisa alviverde. Vai à imprensa e fala, motiva, com mentalidade diferente da maioria dos jogadores. Mentalidade essa, que faz os torcedores acreditarem em "milagres", sendo, agora mais do que nunca, dependentes de um novo "São Marcos".


Igor Rodrigues

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

BLOGUEIRO CONVIDADO - Rodrigo Rocha / Matheus Fernandes

O Blog Arquibancada abre espaço para novas caras. Textos enviados para o email de contato podem aparecer no reservado BLOGUEIRO CONVIDADO, trazendo temas variados. 
Envie seu texto, com nome e graduação, para blogarquibancada@live.com
Blog Arquibancada: onde torcer é muito mais emocionante.
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Não só um dos maiores pilotos de todos os tempos. Um dos maiores esportistas. Mas não só um dos maiores esportistas de todos os tempos. Um dos maiores brasileiros de todos os tempos. Exemplo de disciplina, profissionalismo e caráter. Ayrton Senna da Silva foi, antes de tudo, um grande homem e é, até hoje, um exemplo de vitória e determinação para o povo brasileiro. 

Nascido em São Paulo, em 1960, Ayrton cresceu para encantar o mundo com seu talento ao conquistar três campeonatos mundiais e mais dois vice-campeonatos de Fórmula 1.

Além da indiscutível competência, ele ainda ficou marcado por episódios em que mostrava seu lado pessoal, sua solidariedade e preocupação com a pobreza no Brasil. Chegou a doar parte de sua fortuna, estimada em 400 milhões de dólares, para ajudar as crianças pobres, valor absurdo nos dias de hoje, ainda mais à época. Criou uma organização para ajudá-las, que após sua morte, passou a se chamar Instituto Ayrton Senna. 


Poucos sabem, mas há exatos 20 anos, Senna passava por um dos momentos mais marcantes de sua história. Durante os treinos do GP de Spa-Francorchamps, na Bélgica, o piloto Eric Comas sofreu um grave acidente logo à frente de Ayrton. O brasileiro não pensou duas vezes: parou o carro na pista e foi correndo até o local para socorrer o francês, sem se importar com o risco eminente ao praticar tal ato. 

Ayrton pensou rápido e, mostrando conhecimentos que vão além do automobilismo, desligou o motor de Comas, já que, mesmo desmaiado, permanecia com o pé no acelerador. Isso fez com que o combustível parasse de ser jorrado no sistema, o que poderia ocasionar uma explosão. Após isso, segurou a cabeça do piloto em uma posição confortável, até que a equipe médica chegasse. 

Infelizmente, Ayrton Senna morreu dois anos depois, em Ímola. Eric Comas estava lá e ficou decepcionado por não poder ajudar o amigo: "O acidente dele foi diferente do meu. Mas me encontrar naquela situação, ao lado dele, me sentindo tão impotente, foi uma experiência horrível. Fui o último piloto a vê-lo. Foi difícil aceitar que tive a honra de fazer a última visita antes de ele ir embora" - disse em depoimento ao globoesporte.com. Ainda completou com uma frase que pode representar o pensamento de muitos admiradores do esporte - não só brasileiros: "Para mim, foi o fim do livro na Fórmula 1". 


Rodrigo Rocha
Graduando em Comunicação Social - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Matheus Fernandes
Graduando em Comunicação Social - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)


Menino de Gelo


Oscar dos Santos Emboaba Júnior. Ou simplesmente Oscar. Com apenas 21 anos, o garoto escreve uma história fantástica dentro do futebol. De promessa à craque, Oscar conquista cada vez mais admiradores com a bola nos pés e seu jeito humilde de ser. 

No ano de 2004, o meia iniciou sua carreira nas categorias de base do São Paulo. Desde os primeiros momentos, despertava olhares de empresários e dirigentes do clube paulista. Após 4 anos, Oscar foi promovido ao profissional e participou - como mero espectador - do grupo que conquistou o hexacampeonato brasileiro. Após alegar um descumprimento do contrato por parte do São Paulo, o meia conseguiu seu desligamento do clube no fim de 2009 e, no ano seguinte, foi anunciado como reforço do Internacional. 



No clube gaúcho, por falta de espaço na equipe principal, foi para o plantel Sub-23, tendo destaque na conquista do Campeonato Brasileiro da categoria. Em 2011 já era titular absoluto da equipe profissional, colecionando títulos para o Colorado. Novamente o jogador foi à Justiça, após o São Paulo entrar com uma ação pedindo a reativação do meia com o clube paulista. Numa longa novela, o Internacional pagou 15 milhões de reais - maior negociação entre clubes brasileiros da história - e firmou o garoto no elenco em 2012, onde o mesmo foi protagonista. 

O sucesso no clube do Rio Grande do Sul era tanto, que Oscar foi chamado para a Seleção Brasileira. Sem sentir pressão alguma com a camisa amarelinha, o talentoso jogador se beneficiou da má fase de Paulo Henrique Ganso e tomou a camisa 10, apresentado um grande futebol. Em alta e com status, chamou atenção de clubes do exterior e, por um valor que girou em torno de 79 milhões de reais, fechou com o Chelsea. 

Linha do tempo de Oscar: de promessa do São Paulo à craque do Chelsea, e 10 da seleção.

Me espanta a frieza desse menino. É incrível sua caminhada na seleção. Na Sub-20 tinha brilhado, com 3 gols em final da Copa do Mundo da faixa etária, fato até então inédito para um jogador. De seu talento nunca deu pra duvidar. Mas quando foi escalado como titular da seleção principal em maio de 2012, contra a Dinamarca, esperei que sentisse a camisa. Não é fácil. Um moleque, na época de 20 anos, pegar a 10 da maior seleção do mundo e convencer? Achava improvável. Me mostrou que estava errado. Efetivo, técnico e participativo, deu novo ar ao time de Mano Menezes, e caiu nas graças não só do treinador, que sentia um alívio de ter um substituto para o instável Ganso, mas de todo o povo brasileiro.

Nesta quarta-feira (19), fez sua estreia na Champions League pelos Blues. Esperava-o tímido, com dúvidas até se seria utilizado no jogo. Estava - mais uma vez - completamente enganado. Titular, o meio-campista foi o herói e garantiu o empate, marcando os dois gols da equipe - um deles de maneira espetacular.

Hoje me pergunto: onde é que esse monstro - no bom sentido, claro - vai parar? Não consigo, nem posso mais duvidar de nada que venha desse atleta. Fisicamente bem preparado, não vejo barreiras para o talento que Oscar possui. Não sente o momento, seja ele qual for. Usou a 10 do Brasil como se estivesse jogando pelada: leve, tranquilo, e ao mesmo tempo focado, raçudo. Titular do atual campeão da Champions e já sendo decisivo. Não me lembro de caso recente de um jovem tão frio. Ouso dizer que, até o momento, provou mais do que Neymar o futebol que tem. Não discuto qual pode chegar mais longe - apostaria até no menino da vila - mas Oscar foi testado de uma maneira que Neymar ainda vai ser e, no quesito pressão, o "Menino de Gelo" mostrou que sabe lidar como ninguém. 


Igor Rodrigues

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Ousadia e Alegria


Hoje é dia de Superclássico das Américas - a antiga Copa Roca - que coloca Brasil e Argentina frente a frente, duelando apenas com jogadores que atuam nos dois países. Na edição de 2011, o Brasil conquistou o título, com a vitória de 2 a 0 em casa, após empate em solo argentino.

Mano Menezes, porém, não conta com alguns nomes que levantaram o caneco ano passado. Ronaldinho Gaúcho não foi chamado, Fred também não figura - injustamente - na lista de convocados, assim como Diego Souza, Rômulo e o lateral Danilo, que foram negociados para o exterior. Já os argentinos contam com os talentos que atuam no Brasil. Montillo, Martínez, Guiñazu e Barcos foram chamados e prometem atrapalhar a vida dos brasileiros. 


Torneio de caráter absolutamente simbólico. Em campo, três aspectos precisamos levar em conta. Primeiro a gostosa rivalidade diante dos "hermanos", que está presente em qualquer circunstância. Segundo: teste de jogadores e esquemas. Muitos dos que ali estão são de confiança de Mano e podem pintar - como já acontece - em convocações pra jogos decisivos. E terceiro: Mano Menezes sempre terá pressão. Vencer o superclássico será comemorado e ponto. Mas perder, pode balançar ainda mais o treinador no cargo. 

Mano adiantou a equipe que deve entrar em campo. Jefferson; Lucas, Dedé, Réver e Fábio Santos; Ralf, Paulinho e Jadson; Neymar, Lucas e Luis Fabiano. Tem nome que dói de ler. Rezo pra que não tenhamos jogadas pelas laterais. Mas, em contrapartida, o trio ofensivo me deixa animado. Luís Fabiano, junto com o Fred, é o cara pra posição. Damião tem estrela, mas falta um longo caminho pra chegar a ser unanimidade na seleção. 

Mano Menezes tem que deixar a garotada jogar. Com liberdade, partir pra cima da fraquíssima zaga argentina, de Desábato e Sebá. O "futebol moleque", assim chamado por Neymar, craque do time, hoje deve entrar em campo. Por muitas vezes até mais do que o próprio esquema tático. Em partida contra os argentinos duas coisas prevalecem: a qualidade e individualidade brasileira, e a catimba mais do que bem feita pelos hermanos. 

Para esse duelo, temos melhor time. Mas jamais podemos subestimar os caras. Pra no final ainda estarmos com o sorriso no rosto, o treinador deve deixar seu lado durão de lado e acreditar na ousadia canarinho!


Igor Rodrigues.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Champions League: Terra de Gigantes


Nesta terça-feira, 32 equipes começam a briga pelo título de uma das competições mais glamorosas do mundo: a UEFA Champions League, temporada 2012/13. Potências europeias buscam a vaga na final em Wembley, no fim de maio - dia 25, para ser exato - e a fase de grupos já chega com grandes clássicos. 

Na última temporada, o inglês Chelsea desbancou os gigantes espanhóis e superou ainda o Bayern de Munique para conquistar a taça da liga pela primeira vez em sua história. Desta vez, os grandes se reforçaram e as zebras estão mais do que preparadas para roubar a cena.


O Grupo A traz o postulante a novo galático europeu daqui a alguns anos. O PSG, de Ibrahimovic e Thiago Silva não é o cabeça de chave, mas tem tudo para sobrar no grupo. O até então quarto colocado do francês começa a se entrosar jogo a jogo e chega forte para sua quarta participação na competição. Na briga ainda aparece o Porto, que perdeu um de seus principais valores para o Zenit. O brasileiro Hulk deixou Portugal e deixa saudades por lá! Completando a chave, os "Dínamos", de Kiev e Zagreb, brigam para terminar em terceiro, convenhamos.

No Grupo B, o Arsenal trouxe Cazorla e Podolski para levar a primeira Champions para casa. E o sorteio colaborou. Schalke e Olympiacos duelam pela segunda vaga, com vantagem para o clube alemão, que tirou Afellay do Barça para chegar às oitavas. Já o estreante Montpellier... Bem, está em festa por participar. 


Aos trancos e barrancos, o Milan entra no Grupo C na companhia de dois emergentes milionários. O Zenit, de Hulk e o espanhol Málaga, de Saviola e Júlio Baptista, prometem encarar os italianos de igual para igual. Perdendo grandes jogadores e sem peças de reposição à altura, o rubro negro italiano depara-se com um péssimo início na Liga Calcio - décimo colocado - e vida difícil na chave. De concreto, apenas uma vitória contra o "experiente" Anderletch, que já participou 30 vezes da competição.

Para José Mourinho e seus comandados, o sorteio foi maldoso. O galático Real Madrid caiu no Grupo D e terá, nada mais nada menos, que o campeão inglês para enfrentar, logo na estreia. O Manchester City, que incorporou o lateral brasileiro Maicon e o espanhol Javi García ao elenco, que já conta com David Silva e Yaya Touré, vai engrossar - E MUITO - o caldo merengue. O apelido "grupo da morte" não veio de graça. Além das duas equipes já apresentadas, o Borussia Dortmund, atual campeão alemão e o tradicional Ajax completam a chave. Boa notícia para Mourinho? Vejo o Borussia como equipe focada no campeonato nacional, sem grande tradição na Champions, apesar de 1 título. E o Ajax não é nem sombra dos times que levaram 4 canecos para casa. Mesmo assim, City e Real terão de convencer de cara. 


O Chelsea, atual campeão, aparece e com vantagem no Grupo E. Com reforço do camisa 10 da seleção brasileira, Oscar, além do atacante Hazard, que vive grande momento, os Blues são favoritos para ocupar o primeiro lugar da chave. Mas a Juventus quer estragar a festa inglesa. Com o título do italiano da temporada passada no bolso, a "Velha Senhora" conta com o experiente zagueiro Lúcio para avançar na competição. O "brasileiro" Shakhtar Donetsk é um que adora ter rótulo de zebra, mas deve brigar apenas por vaga na Liga Europa. Ah, e claro, temos o Nordsjaelland. Isso, o estreante Nordsjaelland. Mais um em festa por aparecer para o mundo.

Reforçado por um dos destaques da Eurocopa, Mandzukic, além de Javí Martínez, o Bayern de Munique luta por mais uma boa participação. Sempre regular, o clube mantém a base da seleção alemã e sobra no Grupo F. A segunda colocação também está bem assegurada, na Espanha. O Valencia, do brasileiro Diego Alves, leva vantagem sobre o francês Lille, que depende do contratado Salomon Kalou para surpreender. Já o Bate Borisov estará mais que satisfeito se terminar sem dar vexame.


Messi, Xavi e companhia dão as caras no Grupo G, obviamente favoritos. Diferente do rival de Madri, os catalães tem uma primeira fase bem tranquila, pelo menos no papel. Para seguir na briga pelo quinto título da Champions, os espanhóis terão de passar pelo Benfica, recheado de brasileiros, como Bruno César e Luisão, e também pelo Spartak Moscou, que conta com volante Rômulo para tentar uma surpreendente classificação. O escocês Celtic completa, com toda sua história e tradição, um grupo que tem traços de definição antes mesmo do início dos jogos. 

Finalmente, o Grupo H traz outra superpotência do futebol mundial. O Manchester United, que agora conta com o holandês Van Persie e o "Messi Japonês", Kagawa, é quem terá vida mais mansa na fase de grupos. O sorteio colocou o Braga, o Cluj e o Galatasaray no caminho dos ingleses, o deixando bem mais tranquilo. A segunda vaga deve ficar com os turcos, que apostam em Felipe Melo e Altintop para chegar às oitavas.


Grupos apresentados, rodada de apostas abertas. Quem é o favorito? O Chelsea conquista o bi, ou o Barcelona de Messi leva pra casa mais uma taça? Candidatos à craque também não faltam e os grandes do futebol prometem muita emoção. 

Sem descartar os dois grandes espanhóis, que são favoritos em quaisquer competições que entrem, sinto cheiro de título nas terras inglesas. E em Manchester! Algo me faz apostar no City. Louco? Talvez. Mas o que afirmo, sem pestanejar, é que teremos partidas fantásticas e prazer em assistir futebol nessa "Terra de Gigantes".


Igor Rodrigues

domingo, 16 de setembro de 2012

NBA: Dream Team em Los Angeles


Maior liga de basquete do mundo, a NBA retorna em outubro e os clubes movimentam o mercado de transferências, prometendo uma temporada 2012/13 mais do que empolgante. LeBron James e companhia roubaram a cena na temporada passada e levaram o título. Mas esse ano, além dos gigantes do Miami Heat, equipes tradicionais voltam a figurar como favoritas. Além do interminável Boston Celtics de Paul Pierce, Oklahoma chega com Kevin Durant mais amadurecido e estará, com certeza, brigando novamente pela primeira posição. Contudo, os olhos de todo apaixonado pelo basquete se voltam - novamente - para Los Angeles. O Lakers prepara uma máquina, que entra como favorita.

Kobe Bryant ganhou a companhia de, ninguém mais ninguém menos, que Dwight Howard. O "Superman", carinhoso apelido dos tempos de Orlando Magic, chega muito badalado e se junta, ainda, à Steve Nash, veterano mais que cascudo e ambicioso, também recém contratado. 



Como não apontar o Lakers como favorito? Claro, o Miami ainda tem o tripé James - Wade - Bosh, mesmo que para mim Bosh não mereça estar colocado como destaque. O San Antonio, assim como o Chicago, têm tudo para repetir a boa temporada que fizeram. Mas imagine - apenas imagine - esse elenco de estrelas de Los Angeles espalhado em quadra. Showtime!

Diferente do memorável Lakers de 2003/04, que contava com Gary Payton, Shaq, Malone e Kobe, mas não foi a lugar algum, vejo o desta temporada completamente encaixado. Naquele time dos sonhos, Malone e Shaq atuavam da mesma maneira, o que deixava o garrafão desguarnecido. No atual "Dream Team", cada jogador tem uma característica diferente. Pau Gasol e Howard se completam e Nash libera Bryant pra ser cada vez mais decisivo.

No papel, creio ser indiscutível a melhor franquia atual e, sem sombras de dúvidas, tem tudo para dar liga. Não vai ser da noite pro dia. A pré-temporada vai ser trabalhosa, mas se bem aproveitada, podemos ter uma das mais tradicionais camisas do basquete norte-americano mais uma vez no topo da NBA.


Igor Rodrigues

sábado, 15 de setembro de 2012

Metamorfose de Ganso



17 de Fevereiro de 2008. Santos x Rio Preto. Campeonato Paulista. Ali começava a carreira profissional de uma das grandes revelações recentes do futebol brasileiro: Paulo Henrique Ganso. 

Com a equipe santista em má fase, o meia não demonstrou bom futebol logo no ano de estreia. Mas, ao decorrer das temporadas, Ganso foi encantando os torcedores - não só santistas - pela classe e maestria com a bola nos pés, virando o comandante natural do time, ao lado de Neymar. Como esquecer a final do Paulistão de 2010, quando Paulo Henrique rejeitou ser substituído e liderou a equipe pra conquista do título contra o Santo André, em jogo mais que dramático. Era uma mostra clara de liderança e maturidade, apesar da pouca idade. 

Após o título do Paulista, o meia foi chamado para fazer parte da renovada seleção brasileira do treinador Mano Menezes. A camisa 10 cairia como luva para o talentoso jogador. Dito e feito. Uma empolgante estreia diante dos EUA fizeram com que os brasileiros vibrassem e confiassem cada vez mais no garoto. Ganso caíra de vez no gosto popular. Para muitos, com futuro mais assegurado que o de Neymar! 

25 de Agosto de 2010. Grêmio x Santos. Campeonato Brasileiro. O ano que poderia ser considerado o da afirmação do craque, é marcado pelo início de seu maior pesadelo: lesões. Paulo Henrique sofreu uma entorse no joelho esquerdo que ocasionou a ruptura do ligamento cruzado posterior. E, infelizmente, o Brasil começaria, desde ali, a encarar uma metamorfose de Ganso. 


Jamais foi o mesmo. Lampejos. A carreira de um dos grandes nomes do futebol brasileiro se resume a isso nos últimos dois anos. Ganso viu, de camarote, Neymar firmar-se como herói santista na conquista da Libertadores de 2011, tendo participado como coadjuvante de luxo na final diante do Peñarol. 

Após jogar a final do torneio continental, parecia que o meia voltaria a trilhar um caminho vitorioso, sendo novamente protagonista. Mas lesões atrás de lesões atrapalhavam sua carreira, tanto no Santos, quanto na seleção brasileira. Mesmo assim, sempre fora lembrado por Mano Menezes e, por falta de opção, era o 10 que todos apostavam para a "Amarelinha". Apenas era. Oscar chegou, como quem não quer nada e roubou a cena - e a camisa 10. Era o fim da unanimidade de Paulo Henrique com a camisa do Brasil. 


Se o futebol não é o mesmo, o amor com a torcida santista também não. Ganso protagoniza uma das maiores - e mais chatas - "novelas" do futebol atual. Sua saída da Vila Belmiro é mais do que certa, mas o caso vem se desenrolando faz meses. Antes ídolo, agora mercenário. O antigo "menino da vila", ainda protegido pelo amigo Neymar, se sente desvalorizado no clube e, mesmo com todo o apoio do grupo, sua situação é insustentável na baixada santista. 

O Flamengo tentou, mas o dinheiro era alto. Grêmio e São Paulo travam uma queda de braço de gigantes para contar com o meia ainda esse ano, e o clube do Morumbi parece levar a melhor. O tricolor paulista, junto com  o grupo DIS, pagará 23,8 milhões de reais e terá pouco menos de 45% dos direitos do atleta.

Agora, pense comigo. É válido? Qual Ganso está indo para o São Paulo? Com o foco totalmente fora dos gramados, o antes indiscutível 10 da seleção chegará como incógnita e por um preço quase cinco vezes menor que Lucas, vendido pelo próprio São Paulo para o PSG, da França - o que mostra uma diferença de um jovem focado e um, perdido.

Com 22 anos, o caminho a percorrer ainda é longo. Os próximos capítulos serão decisivos para Ganso decidir o seu futuro: voltar a ser o grande craque que conhecemos ou completar sua metamorfose fracassada. 


Igor Rodrigues

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

UFC: Justo ou não?


A marca UFC é uma das que mais cresce no mundo. Isso, obviamente, deve-se ao fato do MMA ser o esporte que apresenta um crescimento vertiginoso em todos os países. No Brasil não é diferente. Me assustei ao ver milhares de pessoas comemorando a vitória de Anderson Silva contra Chael Sonnen de maneira tão efusiva - mais até do que os jogos da atual seleção brasileira de futebol, com certeza.

O presidente Dana White passou, poucas semanas atrás, pelo que ele mesmo descreveu como maior desapontamento à frente do UFC. Após a lesão de Dan Henderson, desafiante de Jon Jones, pelo cinturão da categoria dos Meio-Pesados, Dana buscara um substituto e não obtivera êxito. O brasileiro Lyoto Machida, que postulava uma briga pelo título após recente vitória sobre Ryan Bader, recusou lutar sem devido tempo de preparação. Acuado, o chefe apelou para o falastrão Chael Sonnen, que pôs-se à disposição para enfrentar Jones. Mas, poucas horas antes do anúncio oficial do novo card do UFC 152, Jon Jones não aceitou a luta contra Sonnen, por não acreditar que o adversário não era merecedor ao posto de desafiante. Resultado: evento cancelado, presidente furioso, Chael Sonnen sorridente.


Após período de turbulência, o evento foi remarcado para o dia 22 de setembro, em Toronto, com desafiante escolhido: Vitor Belfort. O americano Jon Jones concordou com a luta e os canadenses irão conferir um brasileiro brigando por mais um cinturão.

Agora, o que pergunto é: Belfort merece o posto de desafiante? Que fique claro, também não aceitei a indicação de Chael Sonnen. Loucura. Desespero. Jon Jones foi mais do que coerente ao recusar. Mas se Sonnen não era merecedor por não ter construído uma história dentro da categoria, qual o merecimento de Belfort? 

Sou um grande admirador do Vitor e acompanhei muito sua carreira. Com 19 anos tornou-se o campeão mais jovem do UFC. Em 2004, ao vencer Randy Couture na categoria Meio-Pesado, escreveu seu nome como detentor de cinturões em duas categorias. Enfim, um cara casca grossa que já tem muita história dentro do MMA. Mas, desde 2009, Belfort luta pelos Meio-Médios da competição. Derrotou Rich Franklin, credenciando-se para enfrentar Anderson Silva na disputa do cinturão do Médios, em 2011 - luta na qual tomou uma bela pesada no queixo. Mas qual o histórico recente dentro da categoria Meio-Pesado que o diferencia de Sonnen?


Sou adepto do seguinte conceito: é desafiante ao cinturão de uma categoria quem passa pelos melhores dentro da mesma. Jones passou por isso. Derrotou Brandon Vera, Matyushenko e Ryan Bader, até conseguir uma briga pelo título e tomar o cinturão de Maurício Shogun. O único caso de um lutador brigar por um cinturão de outra categoria, é se tiver o cinturão da categoria que disputa.

Dana White acabou metendo os pés pelas mãos. Dan Henderson é o único que poderia enfrentar Jones por méritos. Após sua lesão, o certo seria tirar o cinturão dos Meio-Pesados de disputa, até que outro atleta da categoria, quem sabe Lyoto - ou até o próprio Henderson - ganhe tempo para estar pronto para o desafio. 

Belfort não tem nada a ver com isso. Tem a chance de derrotar um dos maiores lutadores do MMA atual. Estarei torcendo para o brasileiro, mesmo com a visão de que o lugar que está colocado na categoria, é injusto. 


Igor Rodrigues

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Subindo


Qualquer jornalista esportivo fica com aquele pé atrás de elogiar o Botafogo, pois nos últimos anos o alvinegro se mostra um dos grandes "morde e assopra" do futebol brasileiro. Sim. Daquelas equipes que encantam os torcedores em uma partida e logo na próxima, parece esquecer o seu futebol. Mas, não tem como deixar de ressaltar a franca evolução de Seedorf e companhia dentro do Brasileirão.

Uma equipe, antes de tudo, talentosa. Oswaldo de Oliveira, que antes era criticado em demasia, por hora vai ganhando tempo e prestigio para trabalhar com o time, fato raro no clube, de uma torcida conhecida por cobrar demais - às vezes até de maneira equivocada. 

Com o grande reforço de Seedorf, o meio campo botafoguense pode ser considerado um dos mais talentosos do Brasil. No esquema da moda, o 4-2-3-1, Oswaldo vem conseguindo tirar o melhor de cada um dos seus homens de criação. Andrezinho, Fellype Gabriel e o maestro holandês jogam em constante movimentação. Por terem a capacidade de organização e armação de jogadas, a rotação dos meias é constante, confundido o esquema defensivo adversário. O jogo contra o Cruzeiro foi prova clara disso - apesar de que confundir a zaga do Cruzeiro não está tão difícil...


Renato é um dos grandes volantes em atividade no país. Mas, em sua ausência, o clube da estrela solitária está mais que bem servido com Jadson. Um volante bem distinto do padrão atual. Que joga bola, toca com classe e com muita noção de marcação. Revelação de Oswaldo que caiu como luva em seu esquema.

Óbvio que alguns pontos ainda precisam de ajuste. A defesa não é confiável. Fábio Ferreira nunca vai conseguir me agradar. Mas pelo menos conjunto tem. Ao lado de Antônio Carlos lá se vão muitos jogos, que dão à dupla, mal ou bem, um entrosamento. Elkeson alterna grandes partidas e apagões. A falta de um camisa 9 é gritante, mas quem sabe a atuação que teve contra o Náutico não se repete? Todo time campeão tem que contar um pouco com a sorte.

Muita água ainda vai rolar, mas o caminho está mais do que certo. Com calma e apoio dos torcedores ao invés de críticas e impaciência mais do que corriqueira em General Severiano, o alvinegro carioca pode alçar vôos mais longos em 2012. Mas, como tem coisa que só acontece com o Botafogo, é melhor esperar sentado para conferir. 


Igor Rodrigues




terça-feira, 11 de setembro de 2012

Beco sem Saída


O Flamengo não vive bom momento. Isso todo mundo sabe. Os resultados não aparecem, o time não joga bem dentro de casa e, pra piorar, sofre placares elásticos jogando longe de seus domínios. Mas o que realmente preocupa é não ter perspectiva de sair da má fase.

Para a grande massa flamenguista, nada podia ser pior do que a era recente de Joel Santana. E logo quando Dorival Jr. assumiu o comando do rubro negro carioca, parecia que o time começaria a dar alguns sinais vitais dentro da competição. O Flamengo encaixara um estilo de jogo e, querendo ou não, estava mais organizado dentro de campo.

Triste engano. A primeira impressão foi completamente esquecida após série de maus resultados e o time cai nos problemas antigos. Nesse momento, a campanha de Dorival já é pior que a do "Papai Joel", provando que o "buraco da Gávea é mais embaixo".


Colocando os pingos nos "is", o clube vem sofrendo e já faz tempo com o descaso e incompetência de seus presidentes. E a bomba, que já passou no colo de Edmundo dos Santos Silva, Márcio Braga, Hélio Ferraz, Delair Dumbrosck, - entre outros - parece prestes a estourar no colo da senhora Patrícia Amorim. 

O acúmulo frequente de dívidas monstruosas somado a um planejamento ruim, ano após ano, mancham a história de um dos clubes de maior expressão do futebol brasileiro. Enquanto isso, a presidente parece mais preocupada em se reeleger. E o que é ainda mais preocupante: corre o risco de obter êxito, pois o Flamengo está nas mãos - MAIS UMA VEZ - de uma série de ignorantes, que preocupam-se mais com lucro e dinheiro sujo do que com o respeito a história e ao maior patrimônio do clube, que é sua torcida.


Chega a dar pena em quem assiste a um jogo do Flamengo no Campeonato Brasileiro, principalmente nas últimas rodadas - seja flamenguista ou não. É mais ou menos um amontoado de jogadores, na sua grande maioria, com pouquíssima qualidade, rezando pra que o Love esteja num dia inspirado e resolva a fatura. Pois ao contrário disso, é sacode! 

A culpa não é exclusivamente dos jogadores, muito menos do Dorival, mas sim de quem montou um elenco de série B, achando que a camisa jogaria por si só. Deve ser triste ser o Felipe, o Cáceres, o Love e ter que aguentar as críticas sem ter muito o que fazer. 

Alerto desde já: o futebol jogado é de time pra ser rebaixado. Time que não vence a Ponte Preta e o Sport, dentro casa, com todo respeito, não ganha de ninguém. Mas para a diretoria tudo parece bem e, enquanto isso, os torcedores entram em desespero e viram motivo de chacota para os rivais. Já é hora de tratar o Flamengo com o devido respeito, para que daqui a um tempo não seja tarde demais.


Igor Rodrigues





quarta-feira, 5 de setembro de 2012

PROMOÇÃO ARQUIBANCADA

Pra começar com o pé direito, além de muito conteúdo, você que acompanha o blog já tem a chance de levar o primeiro prêmio pra casa.
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O resultado sai no dia 21/09 - sábado.

Boa sorte galera.

BLOG ARQUIBANCADA: onde torcer é muito mais emocionante!


Igor Rodrigues

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Quem leva ?


O Brasileirão vai entrando na 22ª rodada, ainda tem muita coisa pela frente, mas os candidatos ao título vão ficando cada vez mais evidentes. Em 2012, cá para nós, tivemos um campeonato com pouco brilho, se avaliarmos o fator técnico. Ainda não tivemos grandes jogos e ouso dizer que a arbitragem vem sendo mais assunto que o próprio futebol dentro das quatro linhas. Mas, como todo Brasileirão que se preze, emoção nunca falta na reta final, mesmo no modelo de pontos corridos.

O Atlético-MG (que lidera o campeonato e ainda com um jogo a menos) surge como favorito na disputa pelo título na visão da maioria. O bom futebol de Ronaldinho Gaúcho - que ressurgiu depois de um início de ano conturbado no Flamengo - somado com a juventude e talento de Bernard encaixou como luva no sistema de Cuca, que ainda conta com uma das melhores duplas de zaga (se não a melhor) do país. Com um elenco bem pensado para a temporada, diferente do que era costume no Galo, o clube vai se firmando na disputa. Mas, como nem tudo são flores, o ponto negativo do time já foi até citado por mim. Cuca. Não me desce. Particularmente acho um excelente formador de elenco. Sabe como ninguém encaixar o time. Mas sofre na reta final por se desmotivar com facilidade e tentar achar uma desculpa para as derrotas (não vai demorar pra reclamar de arbitragem, calendário brasileiro... ).


O Fluminense, segundo lugar, com o mesmo número de pontos e um jogo a mais, segue como uma das equipes mais regulares do futebol brasileiro. Desde 2009, quando o então intitulado "time de guerreiros" conseguiu se salvar do rebaixamento na última rodada, o Flu mostra um futebol eficiente, mesmo com a troca de treinadores (Cuca, Muricy, Enderson Moreira e agora, Abel Braga). Em 2012, ainda com Fred como referência, o time tem Deco e Thiago Neves como parceiros do camisa 9, além de grande momento do goleiro Diego Cavalieri. O time de Abelão é um dos que, mesmo jogando mal em algumas partidas, consegue arrancar ponto dos adversários. Ponto fraco: lesões. Tanto Fred como Deco desfalcam (e muito) a equipe durante o campeonato e, apesar de ter peças de reposição, o time acaba sentindo com a falta de entrosamento.

De um carioca para outro, mantendo o discurso da regularidade, temos o Vasco, compondo o G-4. O Gigante da Colina é outro que tem novamente um bom ano, ocupando a quarta colocação no Brasileiro, com 38 pontos. Juninho Pernambucano, com seus 37 anos, é o maestro da equipe e grande responsável pela boa colocação na tabela. Pelo bom retrospecto recente, o Machão da Gama tem que ser respeitado. Mas, o quarto lugar parece esquecido pelos torcedores ao ver a forma que o time entra em campo. Não faltam "elogios" para o treinador Cristóvão Borges. O Vasco vence, mas ao contrário do Tricolor carioca, não convence. E a torcida pega no pé. 



Por último, mas não menos importante, apresento o meu candidato ao título: o Grêmio. A equipe, que hoje ocupa a terceira posição, com 41 pontos, é uma das mais fortes. Com grande planejamento, o tricolor gaúcho conta com uma dupla de ataque de respeito. Kléber e Marcelo Moreno dão trabalho a qualquer zaga do futebol brasileiro. Pra melhorar, a chegada do meia Elano, até então do Santos, foi de muito bom grado para o treinador Luxemburgo, que implantou sua filosofia e faz o Grêmio ser combativo em qualquer estádio e não mais só no Olímpico. A zaga destoa da equipe. Naldo e Werley não passam tanta confiança, mas por enquanto vem dando conta do recado, muito por conta da excelente dupla de proteção no meio-campo, formado por Souza e Fernando.

Os quatro principais candidatos estão apresentados. Correndo por fora, ainda temos o Internacional, de Forlán, D'alessandro e Damião; o São Paulo de Lucas e Luís Fabiano; Botafogo de Seedorf, Cruzeiro de Borges. Time querendo surpreender não falta e quem ganha com isso é o torcedor que acompanha o campeonato.

Pra mim dá Grêmio! E pra você, quem leva?


Igor Rodrigues

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Cultura de Prata


A Batalha das Termópilas. Assim caracterizo toda a trajetória da seleção brasileira masculina de futebol em Londres. Popularmente falando, comparo os 18 jogadores do comandante Mano Menezes aos 300 guerreiros espartanos do Rei Leônidas. Muitos devem estar pensando que isso é motivo de honra. Sim, de fato seria, se não fossem por leves - praticamente imperceptíveis a olho nu - mas decisivas mudanças na comparação das histórias.

A pólis grega de Esparta tinha, enraizada em sua cultura, a formação de guerreiros. Todo menino preparado e adequado aos moldes espartanos era treinado, visando um futuro de batalhas, tal como todo cidadão brasileiro nasce ouvindo um velho - e ignorante, em minha opinião - clichê: " o Brasil é o país do futebol".

Em dado momento da história, Leônidas, um líder desde jovem preparada para tal posto, toma uma medida para lutar pela honra de seu povo. Sem apoio dos pensadores e nobres da região, juntou os mais bravos e leais soldados e partiu para uma batalha diante de um adversário invencível, enquanto a maioria preferia aliar-se ao oponente. Em Londres, a seleção brasileira enfrentaria novamente uma de suas maiores dificuldades. A cobrança e pressão por nunca ter ganho um ouro olímpico para a coleção dourada caía no colo do comandante Mano, que, por sua vez, tinha todo o respaldo dos "pensadores" e "nobres" do futebol do país, já que o Brasil investe quase que exclusivamente no esporte que move - e cega - a nação. E assim partiram os brasileiros, em busca da glória, com os homens que honrariam o manto canarinho.

Com estratégia de guerrilha e competência, os espartanos, mesmo pressionados e enfrentando um adversário em maior número, venciam batalhas sucessivas, o que deixava o líder persa, seu oponente, cada vez mais surpreso e assustado. Já nas terras de Rainha Elizabeth, a seleção de Mano duelava e vencia um adversário após o outro, jogando um futebol eficiente e, de certa forma, convincente.

O último duelo. O rei da Pérsia cansara de ser humilhado e resolveu, de maneira desleal, pôr um ponto final na trajetória espartana, que mesmo com total descrédito de seu povo, representara com dignidade seu país. Enquanto isso, na capital inglesa, o México era o último adversário dos guerreiros da amarelinha. Coincidentemente, os brasileiros tiveram o mesmo fim dos nobres de Esparta: a derrota. Mas, infelizmente, não carregam a mesma honra.

De um país que vive em função do futebol, nada mais se espera do que o lugar mais alto do pódio. Um governo (e um povo, claro) que escolhe seus heróis antes mesmo da batalha, deve dividir com seus representantes o peso da derrota. Em Londres, o futebol virou mais uma página olímpica prateada, mesmo com todo respaldo possível, enquanto outros esportes clamam por patrocínio e incentivo, para que possam desenhar caminhos dourados como o dos espartanos. Nos golpes dos irmãos Falcão, na garra do basquete masculino, na superação das meninas do vôlei, nos braços de Robert Shceidt, nas argolas de Zanetti, entre outros, sentimos o verdadeiro orgulho de ser brasileiro. Se fôssemos sensatos ao escolher nossos reais representantes, estaríamos, hoje, prontos para dizer ao mundo que o Brasil é o país da cultura e não que nossa cultura é apenas de prata.

Igor Rodrigues
A polis grega de